O internetês e a vida real

BIJINS = BEIJINHOS
BJKAS = BEIJOCAS
BLZ = Beleza
CD, KD = Cadê?
Craro! = Claro!
CTAÍ? = Você está aí?
Eu lovo u = Eu amo você
Kirida = Querida
MIGUIM = AMIGUINHO
NAUM = Não
Pru6 = Para vocês
RULEZ = Maneiro, legal;
SifU que já mifU = Vai que eu já fui
T+ = Até mais, tchau
 Tôka módó... = Estou com muito dó...

Se vocês repararem bem, o internetês, a escrita usada pelas tribos da internet, já saiu do reduto delas (tribos) para se espalhar nas redes sociais, nas mensagens via WhatsApp e inundam comentários nos blogs e portais informativos. Mesmo que os portais ou blogs abordados nem adotem tal idioma.
A maioria dos “escrivinhadores” de internetês é jovem, se diverte com isso e nos faz lembrar da velha “língua do pê”, um código primário que a maioria dos pré-adolescentes utilizava entre si há algumas décadas.
O que preocupa são os dados da incultura linguística brasileira. Sabemos que cada vez mais os estudantes aprendem menos. Os vestibulares nos dão provas da incompetência dos jovens em redigir textos, pois são incapazes de utilizar corretamente o vernáculo.
Ora, se os jovens não conseguem nem aprender a língua portuguesa, revelando-se um fracasso completo na hora de buscar um emprego, naufragando nas entrevistas e nas exposições escritas, o que dizer então dessas tribos que usam o internetês?
A vida real globalizada requer muito mais do que a língua do pê ou o internetês. O mercado profissional não se limita a exigir um português razoavelmente bem escrito e bem falado, mas também ótimos conhecimentos de no mínimo mais um idioma, como inglês, francês, alemão, japonês e agora até chinês e russo.
Na vida real, o internetês não vale nem como primeiro, nem como segundo idioma.


Julio Ernesto Bahr
Publicitário, escritor, designer gráfico
e blogueiro

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