Mesa diretiva, composta pela presidente Pilar Alvares Gonzaga Vieira, ladeada pela palestrante do dia, Profa. Flora Neves e pelo Acadêmico Miguel Luiz Contani
Jonas Rodrigues de Matos, nosso Mestre de Cerimônias
A leitura do nosso Credo Acadêmico, pela Acadêmica Leonilda Yvonneti Spina
Adaptabilidade
Adaptabilidade é a qualidade de adaptar-se, não somente às condições do meio ambiente, mas principalmente às próprias condições internas e a fazer delas um ponto de apoio para um progresso cada vez maior.
Na vida prática, temos oportunidade de empregar a adaptabilidade todos os dias, em qualquer momento, a cada instante em todas as circunstâncias. Ilustramos com um exemplo: uma pessoa aprende alfaiataria com um professor habilidoso. Lógico que só a prática, o exercitar-se o levará ao desenvolvimento do mesmo professor. Porém essa pessoa deverá considerar que terá de contar com seus próprios recursos e não com os do mestre. Essa pessoa possui outras condições internas, outro caráter, outro tipo de vida. Um modo diferente de encarar as coisas.
Pode não ser tão caprichosa, nem tão paciente, mas em comparação pode possuir maior criatividade, maior senso de adaptação, observação mais aguda dos detalhes, e talvez até maior perseverança. Que deverá fazer então, se mesmo tendo tentado, percebeu que jamais será um profissional, com as qualidades de desembaraço do mestre?
Deverá adaptar-se às próprias condições, aproveitando os próprios valores, para tornar-se então uma pessoa com facilidade de fazer arranjos e adaptações superando até mesmo o seu mestre, por possuir outras qualidades, outros dons divinos.
É assim a adaptabilidade em todos os setores: leva o indivíduo a procurar a si mesmo, em seu foro íntimo, o que realmente possui em força, coragem e imaginação para empregar em esforço no mesmo caminho em que outras pessoas talvez realizem progressos com uma habilidade natural.
Cada um de nós tem suas tendências próprias, suas qualidades pessoais, suas facilidades para isso ou para aquilo.
Vamos procurar adaptar o nosso trabalho, seja qual for a essas facilidades.
Não necessitamos imitar o trabalho alheio. Buscaremos sim as oportunidades.
Usemos a nossa própria imaginação que é uma qualidade especial no caminho da auto-realização e que favorece os meios para o desenvolvimento das nossas próprias virtudes e consequente amadurecimento de nossas habilidades pessoais.
Deus dotou a cada um de seus filhos com dons especiais, para que juntos expressamos esses dons a serviços da humanidade conscientemente e com sabedoria, procurando brilhar ao máximo, cada um a seu jeito, exatamente no lugar em que fomos colocados para a batalha da vida.
A mensagem desta reflexão é a de que tenhamos tolerância e profunda humildade com as diferenças e individualidades de cada ser humano.
Pilar Alvares Gonzaga Vieira
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Clube do Choro de Londrina
Com o passar dos anos o grupo perdeu antigos membros e ganhou novos músicos, adeptos e apreciadores do Choro. A formação atual conta com instrumentos típicos do gênero: flauta transversal, bandolim, cavaquinho, violão e pandeiro. No repertório, mesclam composições dos atuais e antigos membros do grupo, bem como de grandes nomes do Choro: Pixinguinha, Jacob e Nazareth.
A Academia de Letras teve o prazer de receber e assistir à apresentação do pessoal do Clube do Choro de Londrina, que foi criado em meados da década de 60 tocando serestas, polca, maxixes, choros e gêneros tipicamente brasileiros. O grupo nunca se dissolveu, mesmo com as fortes investidas da corrente massificante da música promovida pelas mídias.
Para quem gosta do Choro, basta acompanhar a programação das suas apresentações pelo Facebook e pela mídia.
Apresentação na nossa Academia.
Assista em tela grande! Ligue o som!
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Aluno vencedor em concurso de redação
A Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina convidou o aluno Alan Vilas Boas de Lima, do Colégio Interativa de Londrina, vencedor do Concurso "Língua Portuguesa - Grande Língua de Comunicação Internacional", com redação de carta abordando o tema.Alan veio acompanhado do Sr. Valter Orsi, representando a mantenedora do Colégio Interativa, da Sra.Ednar Nogueira, Presidente do Elos Clube e do Prof. Antonio Lemes Guerra Junior, do Colégio Interativa, responsável pela disciplina de Língua Portuguesa no Ensino Médio do Colégio.
Prof.Antonio Lemes Guerra Junior apresentando o aluno Alan Vilas Boas de Lima, do Colégio Interativa. Ao seu lado o Sr. Valter Orsi e à direita a Sra. Ednar Nogueira |
O aluno Alan Vilas Boas de Melo, do Colégio Interativa de Londrina,
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A Trova em Destaque
Acadêmico Maurício Fernandes Leonardo
Trovador, membro da U.B.T (União Brasileira de Trovadores). nosso Acadêmico Maurício Fernandes Leonardo já abocanhou diversos prêmios em concursos de trovas. Autor do livro "Trovas em vários gêneros", tem realizado palestras e oficinas literárias de trovas.Nesta reunião, o Acadêmico apresentou algumas trovas da sua criação e de terceiros.
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Literatura
e Publicidade: primos entre si
Acadêmico Julio Ernesto Bahr
É muito raro se falar
em publicidade numa Academia de Letras, talvez porque a Academia esteja intrinsecamente
ligada à literatura, à música e às artes.
A publicidade faz parte
de um campo de ação intelectual onde literatura, música e artes se encontram e
ocupam um amplo espaço. A publicidade
representa cem vezes mais em volume de dinheiro investido do que a literatura.
Índices de 2016 mostram
que o volume financeiro do mercado editorial brasileiro de livros atingiu R$ 1,384
bilhão e os investimentos em
publicidade somaram R$ 129,9 bilhões. Textos publicitários escritos
ou narrados e divulgados pelas várias formas de mídia abrangem muito mais público do que a literatura.
A história da
Propaganda Brasileira começou em meados de 1800 com Tiradentes, com a primeira campanha política, a campanha para a Independência.
Poetas como Olavo Bilac,
Augusto dos Anjos, Ari Barroso, Casimiro de Abreu e Fernando Pessoa foram
alguns dos escritores que participaram da criação dos textos publicitários.
Guilherme de Almeida criou o slogan para a
empresa La Fonte ("A fechadura que fecha e dura").
O Século XX revelou poetas e prosadores produzindo sonetos, trovas, paródias e
narrativas breves em anúncios, iniciando uma tradição que atravessou décadas e
continua viva hoje, com escritores atuando profissionalmente em agências de
publicidade como redatores e diretores de criação, ou ainda sendo convidados a
redigir textos para campanhas publicitárias.
É do poeta Manuel Bandeira um dos raros
anúncios que mostra o vocabulário informal para a época:
Meu
Deus, que mulher durinha!
Foi
um buraco na minha vida,
Mas
eu mato ela na cabeça,
Vou
mandar-lhe uma caixinha de Minorativas
Pastilhas
Purgativas
É
impossível que não faça efeito!
Uma sextilha criada nos
anos 1920 foi exposta por décadas em bondes e ônibus. Até
recentemente se discutia quem teria sido seu autor, se Martins Fontes, Emilío
de Menezes ou Bastos Tigre:
Veja,
ilustre passageiro,
O
belo tipo faceiro,
Que
o senhor tem a seu lado.
E,
no entanto, acredite,
Quase
morreu de bronquite,
Salvou-o
o Rhum Creosotado
Mas o mais importante
“escritor-redator" publicitário dos anos 1920 talvez tenha sido Monteiro
Lobato com a peça publicitária que ficou popularmente conhecida como
‘Almanaque Fontoura’, contendo noções de
higiene e saneamento, historinhas e atividades recreativas para crianças e publicidade
a favor do medicamento. O almanaque alcançou a
marca dos 100 milhões de exemplares distribuídos, tornando-se assim provavelmente
a peça publicitária de maior sucesso no Brasil.
O exercício da
propaganda é o campo dos chamados criativos. Exige ideias, inovações e arte.
Aproveita-se de todos os avanços tecnológicos que vêm surgindo ao longo das
décadas. Foi responsável por impulsionar a televisão, desde a primeira
transmissão em preto-e-branco (PRF3 TV Tupi Difusora) implantada por Assis Chateaubriand
em 1947, do Museu de Arte de São Paulo (MASP), junto com Pietro Maria Bardi. Chateaubriand
ajudou a criar também a Escola de Propaganda de São Paulo, a primeira do gênero
na América Latina, que se transformou posteriormente na hoje conhecida ESPM.
Vários
escritores-publicitários somaram criatividade e qualidade aos textos
publicitários, como Renato Castelo Branco, autor de 22
livros e que chegou a presidente da J. Walter Thompson nos Estados Unidos; Ricardo Ramos (filho de
Graciliano Ramos) e Geraldo Santos.
O escritor
João Antônio (16 livros escritos) sobreviveu um período de tempo como jornalista e também como redator
publicitário. Foi um dos grandes nomes da antiga revista Realidade, da Editora
Abril, sob a direção de Roberto Freire. Passou uma temporada em Londrina em
1975 e fez escola.
Jornalistas, publicitários e escritores impulsionaram a criação de novas revistas, dirigidas para públicos-alvo específicos. O sexo e o conceito de liberdade sexual deixaram de ser tabu a partir do jornal Pasquim para serem descritos e exibidos com todas as letras, tanto na mídia impressa, quanto nas novelas da televisão. Foi também o Pasquim com escritores como Millor Fernandes, Paulo Francis, Ivan Lessa, Sergio Porto e Fausto Wolff, que inovou na linguagem, com um humor aguçado e debochado, trazendo descontração nos textos. Esta forma de escrever foi transposta para a publicidade, como na campanha com os comerciais do garoto Bom Bril.
A participação dos homens das letras no fascinante campo da publicidade nos induz a concluir que se estes dois ramos de escrita e de arte não são irmãos siameses, certamente são primos entre si.
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Telejornalismo: Informação ou Espetáculo?
Profa. Flora Neves *
A Televisão começou no Brasil na década de 1950 com o pioneirismo de Assis Chateaubriand, megaempresário da época, e tornou-se um fenômeno cuja influência alterou a própria urbanização do país. Estava em curso, e se intensificava, o êxodo do campo para as cidades, tidas como locais de maiores perspectivas e modernização mais acelerada. A era do rádio entrava em declínio, e a combinação de som e imagem proporcionada pelos aparelhos de TV fascinava a população. A influência permanece e se amplia nos dias de hoje, chegando mesmo a se verificar que ela não falta em nenhuma casa, e até sem exagero, uma família pode não dispor de uma geladeira, mas não deixa de adquirir um televisor.
Embora, atualmente, haja uma multiplicidade de opções entre canais de TV a cabo e canais da TV aberta, esta última ainda é dominante no cotidiano das famílias. Essas emissoras de TV aberta são concessões, e por esse motivo, ligam-se ao ambiente político do Congresso Nacional, de onde partem as análises e os acordos que as concretizam. O Brasil tem redes nacionais e concessões regionais com acesso à mesma programação. Cabe destacar que o telejornalismo e a dramaturgia são duas modalidades dessa programação que têm o mais direto potencial de unir a população em termos de sentimento e pensamento. Ocorre, por outro lado, a chamada convergência midiática, em que as pessoas agora também podem assistir a telejornais e peças de dramaturgia por meio de aplicativos baixados em smartphones, como, por exemplo, o Youtube e uma grande variedade de outros canais, acessados via internet. Ou seja, pode-se assistir televisão de um aparelho de bolso.
Um ponto que não pode escapar é o fato de que o telejornalismo foi adquirindo traços da dramaturgia que preenchem a notícia com elementos de emoção, suspense e até mesmo de aventura. Nesse aspecto reside todo um cuidado a tomar, porque a chamada espetacularização da notícia tem origem em roteiros estabelecidos por uma autoria, do mesmo modo que uma novela ou filme. Uma notícia recebida nesse formato pode provir de uma única pessoa ou de um grupo muito pequeno. Há também um agendamento em que, numa determinada temporada, cenários, ambientes, falas de entrevistados, flagrantes retirados de um episódio, edições de matéria, são organizados para promover um dado resultado emocional no espectador e, principalmente, mantê-lo fiel na audiência, sempre esperando o desfecho no dia seguinte como nos capítulos de uma série televisiva.
Esse é um fenômeno resultante, no caso da emissora de TV aberta, dentre outros, do fato de ela ser uma concessão e necessitar das inserções comerciais responsáveis por seu faturamento. Na época de eleições que atravessamos hoje, muito maior atenção deve ser prestada, principalmente quando repórteres e cinegrafistas se envolvem diretamente com os eleitores nas diferentes regiões, como se presenciou nos últimos pleitos. Por serem manifestações individualizadas, na maior parte das vezes fora de contexto, e mesmo editadas para irem ao ar, torna-se crucial resgatar-se dos sentimentos e emoções que aquela situação particular confere à percepção sobre o candidato sendo mencionado.
* Jornalista formada pela Universidade Estadual de Londrina,
mestre e doutora em comunicação pela USP, atuou como produtora,
repórter, editora e apresentadora de televisão.
Docente do departamento de comunicação da UEL
e do Programa de mestrado em comunicação da mesma instituição.
Autora do livro: "Telejornalismo e Poder nas eleições".
O Acadêmico Miguel Luiz Contani entregando o Certificado de Participação
à palestrante Profa. Flora Neves
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Ao final da reunião, momento de confraternização entre Acadêmicos
e convidados, erguendo um brinde pelo Dia dos Pais