COMUNICADO

 Em relação ao edital sobre a abertura de vagas para interessados no preenchimento de cadeiras na nossa Academia, informamos que recebemos vários currículos, que estão sendo analisados pela comissão especialmente nomeada.

O resultado da seleção será divulgado no correr do mês de dezembro.
Desde já agradecemos pela participação.
A diretoria

EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO REMOTA EM 14/11/2021


Jonas Rodrigues de Matos, nosso Mestre de Cerimônias, cumprindo uma tradição que já vem de anos, abriu os trabalhos e conduziu a reunião

Nossa Acadêmica Fátima Mandelli leu o Credo da nossa instituição

Acadêmica Ludmila Kloczak 
    Caros confrades, confreiras, convidados e visitantes, sejam bem-vindos a mais uma reunião virtual da nossa Academia!
    Entre os dias 29 e 31 de outubro aconteceu o 15º Encontro das Academias de Letras, Ciências e Artes do Paraná. Gostaria de poder transmitir um pouco do espírito cultural e festivo que uniu os presentes a essa importante reunião anual da cultura paranaense. 
    Em poucas palavras, espero abrir uma fresta de um rico conteúdo que venha a despertar em todos, as papilas da curiosidade e do prazer em conhecer o Belo na literatura.
    Da primeira parte da abertura oficial e solene com a entrada dos representantes das Academias participantes, com seus respectivos banners, não participei, pois a viagem até Toledo ocupou mais tempo do que previ. Na continuidade foi dada ênfase nos vários discursos proferidos pelas autoridades presentes, aos propósitos de promoção da escrita, leitura, literatura, artes e demais manifestações culturais do Paraná. Houve lançamento de livros e sessão de autógrafos. Fomos brindados com a apresentação do grupo Incantare de Toledo e do Coral Encanto Sul, além do belíssimo show da Orquestra São Gonçalo de Viola Caipira. Para a posteridade foi realizada a Fotografia Oficial do Encontro, com e sem máscara.
    Na manhã de sábado, iniciamos nossas atividades com a palestra proferida on-line pelo Prof. Dr. Stefano Busellato: “ Dom Quixote: o duelo entre literatura e realidade”. O palestrante é professor da Unioeste. Reside em Toledo, mas, devido à pandemia, permanece na Itália, seu país de origem, em Piza, Florença. 
    O autor destacou que, enquanto Dom Quixote lutava com moinhos de vento, Cervantes afirmava sua condição de artista da realidade. Seu propósito, com sua refinada arte que encanta leitores ao longo dos séculos, é o de buscar a relação entre realidade e ilusão. Através do clássico personagem, o autor demonstrou que a compensação da impossibilidade de atender aos desejos nos leva a criar arte. A arte permite conviver com o fato de que as fronteiras entre realidade e ilusão são muito menos certas do que gostaríamos de acreditar.  A criação literária oferece condições de possibilidades de transitar livremente entre a realidade e a ilusão. Ao final da obra, Dom Quixote demonstra que a liberdade é o maior bem para o ser humano.
    A palestra seguinte  – “ Escrita Criativa” - , foi proferida pelo biomédico, mestre e editor chefe da Revista Philos, Jorge Pereira.
    O palestrante abordou as interfaces entre a palavra e a narrativa e os elementos presentes na construção dos personagens. Neste sentido, palavra e narrativa se engolem. A palavra é o elemento fundamental. Um exercício inequívoco para o escritor é o de romper limites da palavra para romper limites da narrativa. O sema, unidade mínima da narrativa,  pode ser a virtude da história, que se instala a partir da quebra de palavras e construção de poemas. A escrita é caracterizada pelo íntimo desapego das coisas muito acarinhadas pelo escritor, as ideias e palavras. O que jogar fora? Quais partes da narrativa precisam ser destacadas ou excluídas? Quais partes do texto devem ser destacadas? Esta tensão ocorre dentro de dois eixos semânticos básicos, a observação e a destruição.
    A escrita criativa é experimentação verbal constituída de  alegorias e símbolos contidos dentro de estruturas de tempo, espaço, personagens e intrigas.
    Ao falar do personagem, lembremos que ele é a entidade comunicante, cuja construção não pode cair no exagero da metalinguagem.  O leitor precisa de espaço para imaginar.  Devem ser garantidas as relações entre estruturas e sujeitos. Estabelecer diálogo entre Personagem, que carrega o conflito e Enredo, que é o cenário.
    É fundamental avaliar o peso de cada personagem. Exercitar o apagamento necessário do autor para realçar necessidades do personagem e/ou do leitor. Os personagens são fontes inesgotáveis de histórias originais. São sempre considerados seus aspectos emocionais e sociais.
    Em síntese, o exercício da escritura se realiza na composição da identidade geral do personagem.
    No período da tarde,  fomos brindados com a Mesa de Conversa, com o tema - “O artista em processo -  literatura e artes plásticas”, a cargo do artista plástico,  historiador e diretor comercial e de projetos da Revista Philos, Lucas Fonseca.
    Da intrigante pergunta inicial, se o personagem é o criador ou criatura, foi proposta a análise da relação entre autor e leitor. Qual é o tempo do escrito? O autor busca a inovação. O autor é contador de histórias. Escrevemos primeiro para nós.
Entretanto, a criação e a produção de um livro deve ser avaliada em dois planos. No plano pessoal, a obra é do autor e para o autor. No plano profissional deve considerar o mercado, a extensão e o produto. Todo autor deseja que sua obra seja lida. Por isso, deve se preocupar com a forma de escrever para que seu produto seja atraente para o leitor potencial.
    Na manhã de domingo, a professora, doutora Sonia Sirtoli Färber, apresentou a palestra “As interfaces da Tanatologia nas produções literárias e seu contributo para o enfrentamento das perdas”. A palestrante reside em Cascavel e sua apresentação foi on-line.
    O destaque da palestra está no modo como os escritores tratam a dimensão da morte na literatura. Para tanto, percorreu grandes autores clássicos, com ênfase em Fiódor Dostoievski, que é seu autor preferido. 
    Nas palavras da palestrante, a Morte sempre espreita. Perdas acontecem todos os dias. A vida se amplia quando encontramos sentido. Como enfrentar este momento?  Quais modos de enfrentamento são obras de arte? É muito ampla a escrita literária a respeito da dor. Por exemplo, pensar que a própria vida vale mais que a do outro, é um modo de ver a questão. Entretanto, o que é imortal e dá poder é a humanidade nos cuidados com os outros. A salvação está no resgate do humano. Morte é irmã gêmea da Vida:  lança luzes para a vida. Só morre quem tem vida. A ética social existe porque existe a morte. Olhar a realidade como realmente é.  Escolher é perder e ganhar.
    Na obra “O Capote”, Gogol oferece uma alusão, na dinâmica entre perdas e ganhos, ao capote, que é o desejo de uma nova identidade.
    Na obra de Dostoievski, o tema da morte é recorrente. Em “O Idiota” a beleza salvará o mundo. E a morte é uma realidade natural. Por sua vez, “Crime e Castigo” coloca a questão do direito de matar.
    O leitor é instado a encontrar o primor estético, os elementos de superação. Como olhar o fim? 
    Em “Irmãos Karamazov”, a morte é abordada em várias nuances. O filósofo aponta uma condição humana essencial: se Deus não existe, tudo é possível!
    Gabriel Garcia Marques aborda o tema da mulher que deixa testamento para dizer como cada um deverá viver após sua morte. A tentativa de controlar os outros após a própria morte é uma tentativa de imortalidade.
    Tchekov, na obra “ Perdi meu filho” trata do sofrimento represado que espera ser acolhido. Pede solidariedade. 
    Morte é vista socialmente como um mal. A morte nos lembra da  transitoriedade, da provisoriedade. Um destaque importante na sociedade é o trabalho de cuidador dos doentes e das pessoas limitadas. Cuidador é aquele indivíduo que partilha da própria vida para trazer conforto frente a provisoriedade.
    Para Freud, o ser humano tem certeza que é imortal. As letras, a literatura, são formas adaptadas de imortalidade. 
Nossos grandes amigos são os livros. Dos grandes autores não há como escapar. Os grandes autores são gigantes que nos carregam. Literatura é uma estética curativa. 
    Intercaladas com as palestras, as Academias apresentaram suas atividades, seus planos de ação, suas dificuldades e conquistas.
    Como representante da Alcal, destaquei que todos os membros precisam se aposentar do seu trabalho por algumas horas do mês, para dedicar seu tempo à criação, administração e manutenção da instituição. Reconheci esta limitação em mim, inclusive. Lembrei que a Academia não se sustenta por meios mágicos. Precisa de suporte e administração financeira. 
    O professor Afonso de Souza Cavalcanti mencionou, quando da sua apresentação, uma imagem utilizada pelo prof. Leonardo Prota de que a Academia é um farol. Deve permanecer firme e aguardar que as pessoas cheguem até ela. Parti dessa imagem, mencionei o boletim “Almenara”, que significa, farol, sugeri que vivemos em tempos diferentes e que os faróis de hoje não podem se limitar às rochas firmes. Devem ganhar alguma mobilidade.  Ir em busca dos ‘navios e seus passageiros’.  
    Sábado, após o jantar em comemoração aos 10 anos da ALT e homenagem da ALT às instituições presentes, assistimos à alegre e bonita apresentação da Invernada Adulta do CTG – Província Gaúcha e participamos do Sarau dos acadêmicos.
    Domingo, após a palestra, chegara o momento das atividades formais da ALCA com a apresentação dos trabalhos realizados na atual gestão com objetivo de associar mais academias ao seu quadro de membros e a promover a integração entre as mesmas. Com vistas à nova diretoria para a gestão 2023-2024, a ser eleita e empossada no 16º Encontro – Irati – nov/2022, foi indicado candidato, o atual presidente da Academia de Irati – ALACS,  Herculano Batista Neto. 
    Em seguida, foi apresentada e assinada por todos os presentes, a Carta de Toledo, com a avaliação do Encontro e realizada a Solenidade de Encerramento. 
    Como sempre, os Encontros são muito estimulantes, enriquecedores e deixam saudades. Espero que na próxima vez, a Alcal seja representada por um número maior de membros.
    Nem preciso mencionar que havia uma espécie de névoa a permear todas atividades, com a lembrança da pandemia. No entanto, muitas vezes, conseguíamos respirar e brindar ao bem-estar e à liberdade.     
                                                      
"Retratos Brasileiros"
Kalon Guitar Duo *
com Natanael Fonseca e Márcio Gouveia

(Clique nos links abaixo para assistir)






* Kalon Guitar Duo - é um trabalho de música de câmara formado pelos violonistas Natanael Fonseca e Márcio Gouvea, que tem por objetivo apresentar em seu repertório, as composições originais e transcrições de reconhecido valor histórico musical no contexto desta formação instrumental. 
Natanael Fonseca 
Mestre em violão erudito pela Universidade de Aveiro - Portugal. É violista da OSUEL desde 1991 e da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina, com a qual participou da gravação de seus cinco discos. Apresentou-se em recitais de violão em Portugal e Espanha, e como solista nos concertos para violão e orquestra de Mário Castelnuovo Tedesco, Heitor Villa-Lobos e Anton Garcia Abril com a orquestra Sinfônica da UEL e dos concertos de A. Vivaldi e J. L. Krebs com a OCSL.
Márcio Gouvea
Ganhador do Concurso Souza Lima de 1993. Natural de Arapongas–PR iniciou seus estudos de violão no Colégio Mãe de Deus em Londrina com o violonista Nelson Bolzoni. Ao transferir-se para Curitiba, desenvolveu intenso trabalho musical sob a orientação do violonista Luiz Bueno realizando uma série de concertos no estado do Paraná. Participou dos Festivais de Londrina, Cascavel e Campos do Jordão-SP onde teve aulas com Paulo Porto Alegre, Henrique Pinto, Thomas Patterson, Eduardo Fernandez e Jodacil Damaceno. 



Vida e Meio Ambiente

Acadêmico Sergio Alves Gomes *

    É fácil entender porque o direito à vida é um direito fundamental, conforme consta do art. 5º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB). Pois sem o gozo e a garantia de tal direito, nenhum outro direito faria sentido. A ausência de vida é própria de entes inanimados ou de cadáveres. Seres humanos e demais viventes estão no mundo graças à vida que os anima. Para estes, viver é essencial ao existir. E para que a vida exista, se difunda e se multiplique, há de haver condições adequadas que a tornem possível. Dentre estas estão as condições ambientais, incluindo as climatológicas. Não se conhece, além da Terra, outro planeta no universo capaz de apresentar as condições de possibilidades à existência e continuidade da vida. No entanto, tais condições vêm sendo gravemente afetadas, alteradas, destruídas pelos humanos. Estes, embora tenham evoluído no âmbito do conhecimento científico e tecnológico, parecem estar perdidos em relação a certas questões fundamentais, tais como: para onde estamos indo, enquanto humanidade? ou o que significa “ser humano”? como estamos tratando nossa morada, isto é, nosso planeta, nossa “mãe-terra”? Parece que ainda não percebemos nossa total dependência em relação ao equilíbrio ecológico, para que possamos ser, viver, conviver, continuar a existir como seres humanos, ter saúde, saciar a sede, a fome, superar misérias e gritantes desigualdades. Será que ainda não somos capazes de enxergar que a busca desenfreada e insana de querer tudo transformar em valor econômico é algo extremamente desumano e que funciona como “o cavar de nossa própria sepultura”?(1)
    O homem nasce e vive graças a um conjunto de fatores constitutivos e ambientais que lhe possibilitam a existência. Sua conexão com o meio ambiente adequado às suas necessidades vitais é o que lhe garante manter-se vivo e saudável. Assim, o oxigênio indispensável à respiração, a água para saciar a sede, os alimentos para vencer a fome e assegurar-lhe energia, o material para construir abrigo e produzir vestuários, as plantas e minerais que servem à produção de remédios são alguns exemplos de elementos que o ser humano encontra na natureza para suprir suas necessidades vitais. Isso evidencia a conexão direta entre o ser humano e o meio ambiente. Logo, defender este significa garantir a vida humana e de todos os demais viventes que compõem o ecossistema planetário.   
    A tal respeito ensina a educadora  MARIA CÂNDIDA MORAES: 
    “De uma visão antropológica dualista do homem máquina, patologicamente hierárquica, senhor do mundo, dono da natureza escravizada, fonte de todos os valores, se está caminhando em direção a uma compreensão que já não mais separa os seres humanos, ou qualquer outro ser, do seu meio ambiente. Esta linha de pensamento nos leva à construção de uma filosofia ecossistêmica que já não mais coloca sujeito e objeto, homem e natureza em oposição, mas que reconhece a sua complementaridade [...] Essa nova visão requer transformações profundas em nossa forma de ser, de atuar e de estar no mundo”.(2)
    Tal conscientização é urgente e indispensável para todos. Mas não basta. A humanidade precisa agir com a máxima urgência para se salvar da autodestruição, tendo em vista que ações humanas depredadoras do meio ambiente estão levando o Planeta aos limites de sua sustentabilidade, de modo a torná-lo incapaz de manter-se como um “habitat” adequado à vida não só dos humanos, mas de todos os viventes que encontram nele o suporte para existir, suporte este que vem sendo destruído pelo “modus vivendi” desumano adotado pelo “homo sapiens”. 
    Ao falar para o mundo sobre a situação em que a humanidade se encontra em relação aos problemas climáticos e pandêmicos, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, fez várias advertências, dentre as quais destacam-se as seguintes: “estamos à beira de um abismo – e nos movendo na direção errada. Nosso mundo nunca foi tão ameaçado. Ou tão dividido. [...]A pandemia de Covid-19 ampliou as desigualdades gritantes. A crise climática está atingindo o planeta. [...] Uma onda de desconfiança e desinformação está polarizando as pessoas e paralisando as sociedades, e os direitos humanos estão sob ataque. A ciência está sob ataque. E o apoio econômico para os mais vulneráveis chega muito pouco e muito tarde - quando chega. A solidariedade não está sendo acompanhada pela ação – exatamente quando mais precisamos. [...] Por um lado, vemos as vacinas desenvolvidas em tempo recorde - uma vitória da ciência e da engenhosidade humana. Por outro lado, vemos esse triunfo desfeito pela tragédia da falta de vontade política, do egoísmo e da desconfiança. Um superávit em alguns países. Prateleiras vazias em outros. [...] Passamos no teste de ciências. Mas estamos tirando a pior nota em Ética.[...] Vemos os sinais de alerta em todos os continentes e regiões. Temperaturas escaldantes. Perda de biodiversidade chocante. Ar, água e espaços naturais poluídos. E desastres relacionados ao clima em cada esquina. [...] Em vez de humildade em face desses desafios épicos, vemos arrogância. Em vez do caminho da solidariedade, estamos em um beco sem saída para a destruição. [...]Como nunca os valores essenciais estão na mira. Uma quebra de confiança está levando a uma quebra de valores”. (3) 
    No entanto, no mesmo discurso, aponta caminhos de solução que passam pela humanização da própria humanidade. Dentre eles estão, por exemplo: restaurar a confiança e a esperança, fortalecer a “governança global”, garantir uma ONU adequada a uma nova era. Trabalhar juntos, estimular a cooperação, o diálogo e a compreensão. Investir em prevenção, manutenção e consolidação da paz, progredir no desarmamento nuclear e no combate ao terrorismo, desenvolver um plano global de vacinação, de modo a proteger igualmente países pobres e ricos contra a pandemia, etc. e diversas outras providências indispensáveis à salvaguarda da vida de milhões de seres humanos nas mais diversas circunstâncias em que se encontram no Planeta. 
    A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 225, estabelece que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. No entanto, não basta olharmos para o texto constitucional que estabelece o que “deve ser” feito. É necessário, ao mesmo tempo, ver a realidade dos fatos, dos comportamentos, das ações humanas de todos, mas, especialmente, o agir  dos governantes, para se ver o que realmente o Estado brasileiro faz ou deixa de fazer em relação à salvaguarda e garantia de tal direito. Urge a união de esforços nacionais e mundiais para enfrentar desafios globais. Problemas ecológicos não se resolvem no âmbito de estritas fronteiras de alguns países. Afetam toda a humanidade. É isso que tem ensejado as  reuniões de líderes globais em eventos de discussão sobre as questões ecológicas, em cujo contexto situa-se a COP 26, ocorrida em Glasgow.
    No Brasil, infelizmente, as notícias não são boas. Apontam que “com o recente aumento do desmatamento na Amazônia, mais de um milhão de hectares de floresta é perdido anualmente [...] Estudo do Instituto do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) demonstra que as florestas públicas são invadidas numa velocidade assustadora e concentram cerca de 30% do desmatamento da Amazônia.” As análises também destacam que, “para evitar uma catástrofe climática, é urgente zerar o desmatamento, a maior fonte de emissões de gases-estufa no Brasil. Além  da destruição das florestas não gerar nenhuma riqueza para o país, nos coloca numa situação de pária internacional, atrapalhando acordos comerciais. Impedir que o crédito rural incentive o desmatamento é uma ação crucial, para o clima e para o desenvolvimento econômico do país. Grileiro e desmatador não podem continuar a ter certeza da impunidade”. (4)
    Somente uma consciência ecológica que substitua a ganância de lucro pelo respeito à vida poderá salvar o Planeta e a humanidade de catástrofes cada vez mais severas. Isso representa um grande desafio para governos, povos e nações acostumados a um sistema de vida artificial, consumista, capitalista, neoliberal, fora de sintonia com os limites impostos pela natureza e pelo senso de razoabilidade. Um modo de vida estúpido que se esquece do valor e das  limitações da própria vida. 
    À sanha pelo dinheiro a custo da destruição da natureza e, consequentemente, da própria humanidade opõe-se o Direito comprometido com a vida, a dignidade humana e a relevância ecológica de todos os seres vivos. Cabe-lhe o relevante papel de domesticador do poder econômico desenfreado que tudo almeja engolir ou transformar em cifrões. Daí a necessidade do vital empenho em busca do desenvolvimento sustentável. 
A promessa solene de respeito à Constituição da República Federativa do Brasil, feita no ato da investidura, está a exigir de todos os que exercem poder público o exemplar cumprimento da Carta Magna, inclusive no quesito “meio ambiente”. 
    Oxalá, o feriado de 15 de novembro seja bem aproveitado como  momento  de séria reflexão sobre a urgência e prioridade das ações que ainda podem servir de salvação da vida, no Brasil e  no Planeta. Isso não é ficção, nem pós-verdade:  rios, lagos, florestas, fauna, flora, mares, atmosfera... clamam por respeito. Milhões de pessoas já não têm acesso à agua potável, a alimentos suficientes, à saúde, à educação.  O sinal vermelho para a humanidade está acionado, mas ainda há esperança, porque muitas das mazelas provocadas pelo ser humano podem ser superadas, desde que haja vontade.  Especialmente vontade política, orientada pela racionalidade e sensatez. Urge sejam coibidas as ações de insanidade que corroboram a degradação do meio ambiente, impossibilitam vida com dignidade e destroem as possibilidades do almejado bem de todos, ou seja, do “bem comum”, objetivo central da Democracia. A esperança aqui nada tem a ver com passiva espera. É hora de dizer basta a toda espécie de ato predatório da natureza e de se aprender a conviver com esta de forma sustentável.
    Sustentabilidade ou morte! Sustentabilidade pela manutenção da vida no Planeta! A escolha está nas mãos da humanidade.  
Notas:
(1) A frase lembra o discurso do Secretário Geral da ONU, António Guterres, na abertura da COP26, a 26ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima, no dia 01 do corrente mês (novembro), noticiada pela imprensa internacional, quando afirmou aos líderes mundiais que “estamos cavando nossa própria cova”.
(2) Cf. MORAES, Maria Cândida. Pensamento eco-sistmêmico: educação, aprendizagem e cidadania no século XXI. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, p.146-147.
(3) Discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, na abertura dos debates da 76ª sessão da Assembleia Geral, em 21 de setembro de 2021. Disponível no “site” das Nações Unidas.
(4) Cf. DARRIGO, Maria Rosa; MARK, Merel van der; FEITOSA, Tarcísio. Artigo intitulado “BC perde a chance de colaborar com a proteção da Amazônia”. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 de nov, 2021. Caderno ambiente, B1.

(*)SERGIO ALVES GOMES é Doutor em Direito: Filosofia do Direito e do Estado, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Professor Associado da Universidade Estadual de Londrina (Departamento de Direito Público), na qual é também Professor Colaborador do Programa de Mestrado/Doutorado em Direito Negocial; Magistrado (Juiz de Direito aposentado), Membro Efetivo Ocupante da Cadeira 36 (Patrono: Hugo Gutierrez Simas) da Academia de Letras, 
Ciências e Artes de Londrina.

"Noventa anos da visita do Príncipe de Gales ao Norte do Paraná"
Prof. Roberto Bondarik * 



* Professor Titular da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Cornélio Procópio, desde 1995; Doutor em Engenharia de Produção (CAPES-Conceito 4), pela UTFPR (2018), Mestre em Engenharia de Produção (CAPES-Conceito 4), pela UTFPR (2007); Graduado e Licenciado em História e Geografia pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho, Paraná (1991), atual Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); Membro da Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC); da Associação Paranaense de Engenharia de Produção (APREPRO); Sócio instituidor da Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico da UTFPR (FUNTEF), e; Academia de Letras, Artes e Ciências de Cornélio Procópio, Paraná (ALLACOP), ocupando a cadeira de número 03; Membro, em Cornélio Procópio, do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência; Possui como áreas de atuação: História, Educação, Sociologia, Ensino-Aprendizagem, Ciência, Tecnologia e Engenharia de Produção

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"Chat" (comentários durante a reunião):
From André Contani to Everyone:  09:54 AM
Bom dia a todos!
From Jonas to Everyone:  09:58 AM
bom dia confrades e confreiras, um bom domingo a todos
From Ludmila Kloczak to Everyone:  09:59 AM
Bom dia a todos. Espero que tenhamos uma ótima reunião.
From Fatima Mandelli to Everyone:  09:59 AM
Bom dia! Um prazer revê los. Boa reunião a todos!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  10:00 AM
Bom dia! Ótima reunião a todos.
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  10:36 AM
Parabéns, Ludmila, pelo relato do encontro das academias de letras do Paraná.
Excelente momento cultural. Parabéns!!!
From Fatima Mandelli to Everyone:  10:43 AM
PARABENS LUDMILA!BELA APRESENTACO
APRESNTACAO TAMBEM NO MOMENTO DE ARTE MARCIO GOUVEIA APLAUSOS!
From Leonilda Spina to Everyone:  10:46 AM
Excelente a apresentação do duo de violões! Parabéns!
Muito completo seu relato sobre o Encontro da ALCA. Parabéns, Ludmila!
From Edilson Elias to Everyone:  10:51 AM
Excelente pronunciamento, com informações bem atuais.
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  10:51 AM
Dr. Sérgio, nosso querido orador, sempre assertivo, chamando-nos a atenção para temas sensíveis que tocam nosso tempo. Obrigado pela excelente reflexão, Dr. Sérgio.
From Neusi Berbel to Everyone:  10:52 AM
Parabéns, Presidente, Natanael e 
From SERGIO ALVES GOMES to Everyone:  11:04 AM
Muito obrigado a todos pela valiosa atenção. Bom domingo!
From Fatima Mandelli to Everyone:  11:20 AM
JONAS NOSSO ORADOR OBRIGADA PELA SUA DISPONIBILIDADE E COMPETENCIA!
AMIGO E CONFRADE DR SERGIO ME EMOCIONEI MUITO COM O SEU DESTAQUE DE CONSCIENTIZACAO AMBIENTAL HUMANO ETC AS MAZELAS QUE NOS DEIXAMOS ACONTECER.
From Leonilda Spina to Everyone:  11:25 AM
Parabéns, professor Bondarik! É sempre muito bom ouvi-lo!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  11:26 AM
Excelente palestra. Parabéns, prof. Roberto Bondarik.
From God of War to Everyone:  11:35 AM
Parabéns Professor!
From SERGIO ALVES GOMES to Everyone:  11:39 AM
Parabéns, Professor Bondarik. Muito enriquecedora sua Palestra! Parabéns!
From Leonilda Spina to Everyone:  11:40 AM
Muito enriquecedora a palestra!
From Fatima Mandelli to Everyone:  11:41 AM
GRATA PROF ROBERTO BONDARIK. SENSACIOINAL PALESTRA!
From Leonilda Spina to Everyone:  11:41 AM
Parabéns, Confrade Sérgio!
From SERGIO ALVES GOMES to Everyone:  11:43 AM
Obrigado, Confreira Leonilda. Parabéns pelo convite ao Prof. Bondarik
From God of War to Everyone:  11:45 AM
Eu quem agradeço o convite da Dra. Neusi