Extratos da nossa reunião de 10/06/2018

Mesa diretiva: nossa presidente Pilar Alvares Gonzaga ladeada pelo palestrante do dia, 
Dr. Luiz Parellada Ruiz e pela Acadêmica Ludmila Kloczak 

Mais uma vez contamos com nosso
Mestre de Cerimônias.
Jonas Rodrugues de Mattos

A leitura do Credo Acadêmico
coube ao Acadêmico Miguel Contani 



Senhor Tempo
Patriotas que prestam serviços à nação

Desde que o mural foi pintado pedaço por pedaço, cena por cena, o observador normal é guiado em toda sua extensão para examinar uma seção de cada vez, e avançar lentamente até a pintura total ter sido vista e apreciada. Pode-se dizer que passamos pela vida de maneira semelhante. Assim, vivemos ou vemos uma cena ou um dia de cada vez. Aquilo que vemos no momento é o presente; aquilo que já vimos é o passado. As cenas a serem ainda apreciadas são o futuro. O mural, no entanto, é o agora. Exceto pela maneira em que a ele nos relacionamos, nada há senão o mural completo, o agora. Apenas podemos lembrar as primeiras vistas rápidas, e antecipar as que se seguirão.
Chegamos, assim, ao eterno agora. O agora é a morada venerada dos nossos ancestrais. O agora é o palco no qual todo o drama da vida deve ser representado. O agora é a arena para todas as ações. O agora é a oportunidade para aprimorarmos nosso passado em desenvolvimento. O agora é o único ensejo para criarmos o futuro que desejamos ter. O agora é o momento! Este é o momento que temos de viver. Aferramos-nos tanto ao passado e lamentamos os erros cometidos é perder tempo. Podemos relembrar o passado e reconstruí-lo, porém, jamais modificá-lo. Ele está consumado.
O passado, não obstante. É para nós valioso. Como não podemos modificá-lo e desse modo confundir-nos, poderíamos estudá-lo com percepção tardia e, com a maior experiência do presente, aprender como evitar os erros que já cometemos. Em assim fazendo, podermos constatar como para nós mesmos criamos a situação presente. Se não gostamos de nosso passado, sabemos, pelo menos, como não devermos proceder.
Quando finalmente desfrutarmos do futuro que no momento estamos criando, o fogo fátuo terá desaparecido e compreenderemos que estamos realmente vivendo o agora. É correto visualizarmos e mentalmente criarmos o futuro que desejamos, por meio de nossas ações do momento. Contudo, é um sério erro refugiarmo-nos em um futuro não preparado, fazendo castelos no ar para evitarmos enfrentar as experiências necessárias de cada dia. As ações que procrastinamos hoje, voltarão a nos acossar no futuro que criamos. Cada lição de vida que enfrentamos corajosamente e dominamos, hoje, está terminada e passa a ocupar seu devido lugar em nosso passado congelado, para nunca mais nos importunar. Nossas provas e tribulações têm por finalidade única ensinar-nos como dominar a vida. Tão logo superadas, passamos a experiências melhores e mais felizes.
No magnificente porém ordenado agora, temos oportunidade ilimitada para viver e crescer, sonhar e criar tudo aquilo que quisermos. Esqueçamo-nos do tempo. O tempo não existe! Não precisamos nos apressar ou nos preocupar por que estamos no agora eterno. Deus existe e nós existimos.
Pilar Alvares Gonzaga Vieira
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Nosso "Momento de Arte" brindou os presentes com a apresentação do tenor Fernando Teixeira (aluno do Prof. João Miguel Ayub), acompanhado da pianista Elaisa Barbosa (aluna da Escola de Música Semitom,do Maestro Fernando Mourão). Ambos são músicos do 
Instituto José Gonzaga Vieira. 
Foram apresentadas duas canções, "Lua Branca", de Chiquinha Gonzaga e "O Sole Mio", música atribuída ao maestro Alfredo Mazzuchi (1878-1972), que compôs a música junto a Eduardo Di Capua. A letra de "O Sole Mio" foi escrita em 1898 pelo poeta Giovanni Capurro. 
(Assista ao vídeo em tela inteira)
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Efemérides do Mês de junho
em Portugal; suas repercussões no Brasil

Acadêmico José Ruivo

Dia de Portugal
Dia de Camões
Dia da Comunidade Lusíada
Dia do Anjo de Portugal – o Anjo da Paz

Neste dia 10 de junho, em que realizamos a nossa reunião ordinária, os Portugueses verdadeiros, que ainda restam em diáspora por todo este mundo, comemoram o dia de Camões, outrora escolhido para honrar toda a Nação Portuguesa, e todos aqueles povos que, espalhados pelo mundo formaram uma comunidade Lusíada, testemunho do que outrora, foi um Portugal plurirracial, pluri-continental e pluri-religioso. Hoje Portugal não existe mais como Nação Soberana; reduzido que foi a uma pequena província, e talvez a menos considerada, de uma Comunidade Europeia; cuja capital está em Bruxelas.
As mais das vezes, as várias Nações escolheram para seu dia comemorativo, o dia de sua existência política, o da declaração de sua independência: o dia 07 de setembro, para o Brasil; 04 de Julho os Estados Unidos da América do Norte.
Em Portugal se escolheu o dia 10 de Junho, em que se comemora o falecimento, segundo a carne; para nós católicos, é o dia do nascimento para a eternidade, daquele português que se chamou Luís Vaz de Camões. Enquanto para os outros países é o fato histórico que é lembrado, para Portugal é o Espírito que caracteriza e unifica toda uma nação lusíada que é exaltada.   
Em Portugal o espírito do Cristianismo o conduziu, agregou e unificou. Talvez  pelos anos de 50, São Tiago Apóstolo estivera na Península, na região de Brácara Augusta, e as comunidades cristãs já eram tão florescentes que, cerca do ano 100, São Clemente, o Terceiro Papa depois de São Pedro nomeou Santo Ovídio, um nobre romano, talvez convertido pelo próprio São Pedro, como primeiro Bispo de Brácara  Augusta. Isto deu ao Arcebispo de Braga o honroso título de Primaz das Hespanhas.
Das primitivas tribos, habitantes da região da Serra da Estrela, os Lusones, de que há notícias de uma organização social, religiosa e familiar de cerca de 30.000 (trinta mil anos) e passando pelos Lusitanos, os Lusíadas, passando pelos portugueses, herdaram as qualidades religiosas, morais, sociais e familiares que lhes deram uma identidade própria, e um espírito orientado para o transcendente que, pela sua superioridade moral, em si englobaram as múltiplas tribos que pela península Ibérica passaram.   Das que ficaram, elas foram englobadas pelo espírito superior que lá encontraram. E assim também aconteceu em todos os recantos até onde os portugueses chegaram; por exemplo Malaca.
E como uma encarnação humana dessas qualidades lusíadas foi encontrado no Espírito de Luís de Camões um seu reflexo perfeito – “Fé; Amor da Pátria não movido de premio vil”, como ele próprio escreveu nos Lusíadas; busca do saber; − a sua cultura era vastíssima, quer no plano religioso, quer no plano científico; espírito de aventura, valentia pessoal (“para servir-vos braço às armas feito; para cantar-vos mente às musas dada”; – em combate, em Ceuta, perdera o olho direito) pobre, porque honesto, não enriqueceu com os bens materiais que teve ao  seu alcance, quando em Macau foi nomeado Provedor  dos defuntos e ausentes (o que lhe dava o poder de administrar os bens havidos em nome dos outros).
Foi Luís de Camões um símbolo vivo da Lusitanidade pela sua superior inteligência pelo seu saber, abrangente cultura, esclarecido espírito religioso – (numa época em que as cismas grassavam pela Europa, e estavam em moda nos meios intelectuais, ele se manteve fiel católico, apostólico, romano).  E sobretudo pela sua capacidade de tolerância, compreensão, e respeito pelos outros povos, em seus diferentes costumes e religiões, e entre eles estabelecer amizades e cooperação, ainda hoje características do povo português, foi então escolhido o dia de seu nascimento para o Céu, como dia representativo da Nação Portuguesa, em sua Lusitanidade em diáspora.
Em Macau ainda hoje, se visita a gruta em que, supostamente escreveu uma parte dos Lusíadas.

Festejos populares

Fenômeno religioso
Desde o início da humanidade, em que a inteligência se ia desenvolvendo e a observação se ia esclarecendo, a comprovação da existência de forças que transcendiam o homem, o qual não tinha capacidade de controlar e dominar, no seu espírito foi-se insinuando a existência de seres, a que chamou deus ou deuses, e a que atribui por antropomorfismo as qualidades e defeitos existentes no próprio homem, particularmente a capacidade de fazer o bem ou fazer o mal.
E como nas sociedades humanas, quando se pretende obter a benevolência dos superiores, ou sua proteção ou intermediação, se lhes oferece dons, assim em face das divindades se lhe fazem ofertas propiciatórias, ou em preito de gratidão.   E isto em todas as culturas.
Como exemplos – Nas ilhas vulcânicas do Pacífico, se ofereciam virgens que se lançavam nas crateras dos vulcões, para que se aplacassem e não entrassem em devastadoras erupções.
Nos Astecas, considerando que o sol morria todas as tardes, e era preciso dar-lhe forças para que continuasse vivo e benfeitor dos povos, eram-lhe oferecidos, ao nascer e ao por do sol, os corações palpitantes arrancados dos peitos dos escravos ou prisioneiros de guerra, vivos, no cimo das pirâmides aonde os templos se encontravam.
Há notícias de que, no decorrer de um eclipse do sol, foram sacrificados, enquanto este durou, cerca de duas mil vítimas.
Ainda para aplacar o deus do mal, o Imperador asteca, realizava uma dança ritual, revestido da pele que tinha sido esfolada de um nobre prisioneiro de guerra, enquanto vivo.
Os sacrifícios humanos eram feitos à sombra das árvores sagradas dos Celtas pelos seus sacerdotes, curandeiros e magos, os druidas. Os fenícios sacrificavam meninos de tenra idade no ventre do seu deus Moloch, enquanto uma fogueira nele, era acesa. De igual modo se fazia no Moabe; vizinho da Judéia em honra do seu deus Quemos.
Ainda, com o intuito de defender as muralhas da cidade do furor de seus inimigos, eram enterrados em seus alicerces, os filhos dos Reis, então reinantes.
Hoje, já não é tão frequente a tortura física, mas a tortura moral e psicológica é muito mais atroz e devastadora, das vítimas.
A estes sacrifícios assistiam os povos que, em procissão, se dirigiam aos locais em que estavam as imagens dos ídolos, a que se ofereciam estes sacrifícios. E as mães das crianças sacrificadas eram obrigadas a assistir, e impedidas de chorar.
Olhando a história, vemos estas procissões realizadas por motivos religiosos, que em todas as culturas são encontradas.
Na antiga Grécia, se dirigiam aos locais sagrados. Em Roma, nas festividades como as Saturnálias. Na Judéia, as caravanas vindas de todos os pontos, convergiam para a celebração da Páscoa, no Templo de Salomão, em Jerusalém.
No avião da Companhia Israelense El Al, e conclamando ao retorno, ouvi cantar: “No ano que vem, em Jerusalém”.
No Hinduísmo, se vai até à cidade de Benarés, para o Banho Purificador, tomado no Rio Ganges.
No Islamismo, os muçulmanos têm como um dos cinco pilares da Religião de Maomé, a peregrinação a Meca, ao menos uma vez na vida. A sua não realização é considerada pecado muito grave, a menos que existam fortes razões para não a fazer. Os cinco pilares do Islamismo são:
1 - Islã – obediência ao corão
2 - Oração 
3 - Esmola
4 - Jejum no mês do Ramadã
5 - Peregrinação a Meca
Para os Cristãos, e desde o primeiros tempos, as peregrinações aos lugares sagrados, em que viveu, pregou e morreu o Senhor Jesus Cristo, e aos lugares em que São Pedro e São Paulo deles fizeram a sede da Igreja primitiva, eram feitas  ou por devoção, na esperança de obter as bênçãos do Céu ou para venerar os túmulos dos Apóstolos, ou ainda, em penitência por pecados públicos havidos em suas  vidas. Roma, deu então o nome de Romaria, às peregrinações que, inicialmente a esta cidade se dirigiam; e que depois se estendeu em Portugal e creio que no Brasil, aos lugares de veneração popular.
Hoje, em que os meios de locomoção tornam mais fácil o deslocamento, as peregrinações a locais como Loreto, Lourdes, Fátima, Santiago de Compostela, e outros, tem um aspecto mais estrictamente religioso.
Falando agora de Portugal: desde quando as peregrinações eram feitas a pé, em carroças puxadas a mulas ou bois, se foi associando um aspecto profano ao componente religioso.
Em cada aldeia, vila ou cidade, a sua igreja Matriz era dedicada em especial à veneração de determinado Orago – ou seja Santo Protector e intercessor junto do Trono do Altíssimo Deus. Em louvor ou em honra destes Santos protectores ainda hoje se realizam festejos comemorativos de suas festas litúrgicas, nas quais o povo implora as graças do Céu que pretende para a sua vida, ou em agradecimento pelos favores já obtidos.
Hoje, os transportes modernos, comboios, ônibus, automóveis, facilitam os deslocamentos – No entanto por devoção ou penitência ainda há grupos de pessoas que partem em peregrinação a pé. Os vindos de Lisboa demoram cinco dias para chegar a Fátima. Do Porto se levam oito dias; de Braga dez dias. De igual modo este tempo demora as peregrinações saídas das várias vilas e aldeias.
É, como nos seculares caminhos, antigas vias romanas, que hoje são percorridas pelos peregrinos que se dirigem a Santiago de Compostela, existem quintas ou pousadas improvisadas, que pela noite dão abrigo aos romeiros para descanso e às vezes alimento. Nos portões, de noite, é acesa uma luz vermelha, que indica que ali se pode repousar.
Antigamente, se seguia a pé e nas paradas necessárias para repouso, ou na véspera do dia da festa, se montava um arraial, com tendas para os romeiros, e grandes fogueiras para aquecimento e iluminação. Ali se juntavam vendedores ambulantes que ofereciam refeições leves, doces locais, e lembranças religiosas e do artesanato local. Os mais jovens sempre improvisavam um bailarico ao som de acordeom, violas, flautas e tamborins. No dia seguinte tem lugar a festa religiosa: procissão com o andor do Santo protetor, missa solene, sermão, e cumprimento de promessas feitas pelas graças obtidas, ou oferendas em honra do Santo.
Hoje, quando as aldeias em Portugal estão quase desertas, ainda se conserva em muitas delas a festa do santo padroeiro. E muitos daqueles seus habitantes que emigraram para os países da Europa, sobretudo para França, a ela voltam para honrar o seu Santo protetor. 
Em Lisboa, no mês de junho costumavam ser festejados os três santos cujas festas litúrgicas se comemoram nesta data: Santo Antonio, eleito Padroeiro da Cidade de Lisboa, aonde nasceu, no dia 13; São João Baptista, no dia 24 de Junho e São Pedro, no dia 29 de Junho.
Nas noites que antecedem estes dias, os bairros populares de Lisboa, se transformam em aldeias em festa. Suas ruas são enfeitadas com bandeiras recortadas em papel de várias cores e com balões suspensos iluminados com lâmpadas; são armadas mesas e ali se vendem sardinhas assadas na brasa, febras de porco igualmente assadas, enchidos defumados, doces locais; vinho a copo. Há música e muita gente vem participar da festa. 
Ainda, e assemelhando-se às aldeias, cada associação de bairro tinha o seu rancho folclórico local, que, com seus antigos trajes característicos, e com arcos enfeitadas com as bandeirinhas de papel e balões acesos desfilavam pela noite, na Avenida da Liberdade.
Havia prémios para as melhores apresentações, oferecidos pelo governo.
Hoje, na descaracterização nacional por que estamos passando, não sei se ainda existem estas festas.
Para o Brasil foram trazidas estas festividades.
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Sobre as tiranias:
defenda as instituições
(Texto de Timothy Snyder)
Acadêmica Ludmila Kloczack
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Os primeiros europeus
Colaborador Cultural Dr. Luiz Parellada Ruiz *

O palestrante narrou sua visita a Atapuerca, localidade que fica a 15 km de Burgos, na Espanha. Atapuerca, hoje considerado Patrimônio da Humanidade, é um sítio arqueológico onde em tempos antigos habitaram tigres, rinocerontes, bisões, ursos e outros animais e engloba um desfiladeiro onde se escondem os achados arqueológicos de uma escavação arqueológica, única no mundo. Lá foi encontrado o maior depósito de fósseis humanos da Terra, os mais antigos da Europa. Uma equipe de cientistas estuda os achados há mais de 30 anos. São centenas de especialistas em pré-história, paleontologia, biologia, 
geologia, etc.
A área de escavações em Atapuerca

Os 
fósseis revelam mais de um milhão de anos da evolução humana. Estes achados podem ser apreciados no Museu da Evolução Humana, que expõe também réplicas das espécies humanas do passado. Entre os achados está Miguelon, apelido para o crânio mais completo de um Homo Heidelbergensis jamais encontrado. 

* Médico formado pela Universidade Saragossa – Espanha em 1956 e revalidado na faculdade de Medicina da Universidade do Recife – PE em 1963, especialista em Patologia Clínica, Medicina Laboratorial. Foi professor assistente de microbiologia clínica da UEL, presidente da associação médica de Apucarana e superintendente da Unimed de Londrina


Miguelon, o crânio encontrado



O Museu da Evolução Humana

O palestrante Dr. Luiz Parellada Ruiz recebendo o 
Certificado de Participação das mãos do 
Acadêmico Sergio Alves Gomes