EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO REMOTA EM 10/10/2021

Jonas Rodrigues de Matos, nosso Mestre de Cerimônias, abriu a reunião e, como sempre, fez as apresentações dos participantes com brilhantismo

A leitura do Credo Acadêmico ficou a cargo da Acadêmica Dinaura Pimentel Gomes

Pequenas lições
Acadêmica Ludmila Kloczak

    Caros confrades, confreiras e visitantes à reunião da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina,

    Conheço uma senhora de idade avançada que me acompanha na vida e me ensina a viver. No dia 01 de outubro de 2021, completou 97 anos de existência.
    Sua história se confunde com a história mundial do século XX, pois esteve diretamente envolvida nos dois maiores acontecimentos históricos deste período. Criança, sobreviveu ao Holodomor – morte pela Fome -, perpetrado pela política de Estado da União Soviética, no processo de coletivização forçada das terras ucranianas, no período conhecido como Terror Stalinista. Processo que culminou na implantação do comunismo na Ucrânia, ao custo de 5 milhões a 7 milhões de vidas sacrificadas pela fome.
    Jovem, foi integrada ao enorme contingente de “trabalhadores do Leste”, levados à Alemanha para cobrir a falta de mão de obra em residências, indústrias e no campo, durante a 2ª Guerra Mundial. Chorava muito, ansiava pelo retorno a sua aldeia natal e à casa dos pais. Mas não esmoreceu. Aprendeu a ler e falar alemão com fluência, o que lhe ajudou inúmeras vezes a enfrentar e resolver situações espinhosas para si e pessoas necessitadas à sua volta. A leitura do jornal e a escuta de conversas a ajudavam a entender as situações do momento com bastante objetividade. É uma lição importante: não se abater, mas aproveitar dos recursos disponíveis para garantir a sobrevivência.
    Submetidos ao controle do Estado nazista e disponíveis às suas necessidades, foi incluída, em determinado momento, entre os jovens levados para cavar trincheiras na fronteira com a França, em terras rochosas, o que acrescentava um sacrifício a mais ao trabalho escravo. Neste trecho da vida, conheceu aquele que viria a ser seu esposo. Não dava a mínima importância às suas investidas sedutoras, a não ser ao fato que não lhe passara despercebido, de que era um homem diligente, trabalhador e hábil para encontrar soluções aos inúmeros desafios que precisava enfrentar para sobreviver. Não lhe agradava nada, no entanto, quando se vangloriava de seus feitos e demonstrava certa arrogância.  
Afirmava que pessoas assim, possuíam duas faces que exigiam muito esforço para conviver. Esta é uma das lições: conhecer a pessoa e extrair o melhor possível deste convívio. Propósito difícil de alcançar e que exige, na maioria das vezes, entender e conformar-se com o resultado nem sempre muito exitoso.
    Aportaram ao Brasil, na ilha das Flores, ela e seu esposo, em meio a inúmeros passageiros iguais a eles, classificados como Deslocados de Guerra, aqueles que perderam sua origem, não tinham para onde voltar. Na verdade, optaram por não voltar para a União Soviética, pois sabiam que seriam perseguidos, provavelmente enviados à Sibéria para povoá-la como prisioneiros e cuja eventual morte nem seria notada.  Aqui mais uma ação de sobrevivência, mais uma pequena lição: abrir mão do que é mais caro na vida, o núcleo pátrio e o núcleo familiar, ao descortinar a possibilidade de viver em Liberdade. Agarrar essa chance e defende-la sempre, sem negociar.
    Certa vez, ela e eu, após uma longa viagem, chegamos à casa da praia, tarde da noite. Havíamos jantado pelo caminho. Não tínhamos fome. Mas, ela não sossegou enquanto não providenciei alguma comida. Foi mais uma lição: uma casa não pode passar a noite sem comida. Podemos precisar. Sobreviver, sempre!
    Desde muito jovem, sua paixão é a leitura. O conhecimento extraído dos livros permitiu-lhe entender o mundo e a afinar sua observação e avaliação sobre as circunstâncias que envolvem o viver. Lições que vem da literatura! 
    Dirigia seu carro até o final do ano passado. Infelizmente, a pandemia a impediu de continuar a dirigir até o vencimento da sua carteira de habilitação. Desabafou, com tristeza, que no dia 13 de setembro de 2021, sua carteira perdera a validade. Sua última renovação foi de três anos. O médico afirmou que tomou essa decisão por sua total lucidez. Perguntei se gostaria de tentar renovar. Recusou, e observou que está muito fraca. Surge aí uma lição muito sutil: reconheça e aceite seus limites. Isto lhe trará paz!
    Se alguém ousasse perguntar, entre surpreso e admirado: - a senhora ainda dirige?! Respondia, sem pestanejar, com as mãos na cintura: - Porquê, ainda? O constrangimento do interlocutor, realça outra lição: defenda sua posição. Não se deixe submeter pela opinião alheia. Defenda suas convicções e sua liberdade de escolha. 
    Quando lhe perguntam o segredo para essa disposição e longevidade, diz que é só pegar numa enxada e cuidar da horta e do jardim. O vinho também ajuda a aliviar o sofrimento da vida. Faz esquecer um pouco, por algum tempo. A caipirinha, então, é uma ótima bebida! O trabalho árduo e um pouco de álcool se combinam para fortalecer e garantir a disposição para viver. É uma boa e simples lição!
    Perguntei, recentemente, se teria algo a me dizer como um conselho para a vida. O quê, depois dessa longa existência, ela gostaria de transmitir? Numa resposta imediata, me disse: -“nunca deixe de viver”! Parece uma afirmação simples. Mas, ela sabia que não era simples. Pois, em seguida, exemplificou: -  posso dormir quantas horas quiser. Por isso mesmo, levanto-me cedo e cuido dos meus afazeres: rego as plantas, alimento a cachorra, preparo meu café, cuido do jardim. Visto-me com apuro, todos os dias. Vivo! Não consigo aceitar mulheres largadas numa cama, sem fazer nada. Meio mortas. Elas antecipam a morte em vida. Sempre há o que fazer! 
    Esta senhora é  minha mãe. Ela continua a mostrar que sempre há algo a se fazer. Basta ter vontade de viver! 
    Homenageio as sábias anciãs que, a exemplo da minha mãe, alimentam a árvore da vida a alinhavar experiências que atravessam e integram gerações.

"Entre Afetos e Intensidades"
Ana Paula Miqueletti *


Natural de Altônia-PR, é licenciada em Música (2000) e pós-graduada em Performance – Piano (2007), ambas pela UEL. Foi professora temporária na UEL (2003) e PARFOR/UEL (2011, 2012, 2013 e 2014) nas áreas de Metodologia e Prática em Educação Musical, Canto Coral e Piano. Foi professora no FIML (Festival Internacional de Música de Londrina) em 2011, 2012, 2013, 2017, 2018 e 2019, nas áreas de Educação Musical e Prática e Regência de Coro Infantil. Participou de simpósios e congressos de canto coral em Copenhagen – DK (2008), Chicago – USA (2011), e Salt Lake City – USA (2015). Realizou diversos concertos, em turnê pela Europa, como pianista correpetidora do Coral Unicanto (2015, 2017 e 2019) na Holanda, Alemanha, Suíça e Itália. Desde 2004, atua como regente, arranjadora e pianista no projeto “Um Canto em Cada Canto” - Educação Musical através da voz. Escreveu, em parceria com a regente Carla Nishimura, o capítulo intitulado “Metodologia no ensino de canções”, no livro “Um Canto em Cada Canto – fazendo história e transformando vidas”, lançado em 2020. Nesta publicação, há um arranjo e duas composições de sua autoria, sendo as duas últimas em parceria com Leo Cunha. Atualmente, leciona piano, é pianista correpetidora, e escreve arranjos para grupos vocais, coro infantil e coro adulto. Lançou seu primeiro livro em 2021, pela Editora ProCoral, que inclui composições próprias, em parceria com o poeta, escritor e tradutor Leo Cunha, além de arranjos criados especialmente para a publicação.

 "George Orwell na guerra civil espanhola"
Luis Parellada Ruiz



* Membro Benemérito da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina.
 Médico formado pela Faculdade de Medicina de Zaragoza (Espanha) em 1956, com revalidação na Faculdade de Medicina da Universidade do Recife (PE). 
Especialista em Patologia Clínica-Medicina Laboratorial. Sócio proprietário do Labmed – Laboratório Médico de Londrina S/C Ltda. desde 1984.  
Idealizador e primeiro Presidente da Sociedade de Amigos da Orquestra Sinfônica de Londrina (OSUEL).  
Foi Presidente da Associação de Amigos do Festival de Música de Londrina(AAFML).
Membro da Comissão de Avaliação de Projetos da Lei municipal de Incentivo à Cultura, de 1992 a 1998.  
Patrocinador, por meio da firma Lab Imagem, do CD do 17° Festival de Música de Londrina. 
 Diretor do Departamento Cultural de Associação Médica de Londrina, de 1992 a 2001. 
 
 Criador dos “brinquedos Recorte e Cole” do Museu de Arte de Londrina, Museu Histórico de Londrina, Kasatu Maru e Primeiro Hospitalzinho de Londrina.

"George Orwell: As facetas do escrito" 

Alan Thomas *

> Clique aqui para assistir ao vídeo da palestra!

* Gerente Regional e Gerente Acadêmico da Associação Cultura Inglesa de Curitiba. Ministra cursos em inglês sobre contos, e também de Shakespeare. É formado em Línguas e Literatura Clássica, e Filosofia, pela Universidade de Oxford


"Inspirações à Sabedoria e ao Amor Universal"
Acadêmico Sergio Alves Gomes (*)

    No momento “Palavra do Orador”, o Acadêmico Sergio Alves Gomes, Orador da ALCAL, após saudar os presentes, elaborou considerações reflexivas inspiradas nos conteúdos apresentados. Para acentuar o efetivo valor das contribuições culturais trazidas pelas apresentações ocorridas, o Orador invocou célebre frase de William Shakespeare, pronunciada pelo personagem  “Hamlet”, na peça que tem o nome deste  por título, no Ato V, cena II : “o resto é silêncio”,(1) frisando, no entanto, que, apesar das contribuições falarem por si mesmas, caber-lhe-ia, como orador, atender ao convite para desenvolver algumas reflexões inspiradas em tais apresentações, isto porque  “a reunião de hoje  congregou um conjunto de saberes que nos faz refletir”, afirmou. 
    Assim, iniciou pelo destaque a três expressões presentes no “credo acadêmico”, lido, no início da reunião, pela Acadêmica Dinaura Godinho Pimentel Gomes: sabedoria, amor universal e manifestação divina. Segundo o Orador, quando o “credo acadêmico” afirma que “somos todos expressão da manifestação Divina”, está a indicar o reconhecimento do que é sagrado, transcendente ao ser humano e que ultrapassa suas limitações. Tal  reconhecimento, afirma o Orador, é indispensável, a fim de que o homem não se coloque como “dono e senhor do mundo”, um substituto de Deus, mas encontre seu lugar adequado, consonante com sua natureza, no âmbito do universo, em harmonia com seus semelhantes e demais viventes.(2)  
    Provocado por tal pensamento, o Orador se deparou com a pergunta que  inquietou  o poeta Carlos Drummond de Andrade, ao inspirá-lo no poema: “Mas que coisa é o Homem?”, (3) do qual leu os seguintes trechos:

“Mas que coisa é homem, 
Que há sob o nome:
Uma geografia?

um ser metafísico?
uma fábula sem
signo que a desmonte?

Como pode o homem
Sentir-se a si mesmo
quando o mundo some?

Como vai o homem
junto com outro homem
sem perder o nome?
[...]

Tem medo de morte?
Mata-se, sem medo?
Ou medo é o que o mata?

Com punhal de prata,
Laço de gravata,
Pulo sobre a ponte?

Por que vive o homem?
Se é certo que vive?
Que oculta na fronte?

E por que não conta 
Seu todo segredo
Mesmo em tom esconso?

Por que mente o homem?
mente mente  mente 
desesperadamente?

Por que não se cala,
se a mentira fala
em tudo que sente?
 [...]

Para que serve o homem?
Para criar Deus?
Sabe Deus do homem?

E sabe o demônio?
Como quer o homem
Ser destino, fonte?

Que milagre é o homem?
Que sonho, que sombra?
Mas existe o homem?

    Diante da pergunta final do poema, o Orador respondeu: “parece que sim, por tudo o que vimos nesta reunião”, referindo-se às múltiplas modalidades de conhecimento (filosófico, artístico, científico, literário...) apresentadas, no decorrer desta. 
    Na sequência, o Orador colocou em foco a palavra “sabedoria”, invocando o poeta e dramaturgo norte-americano T.S. ELIOT, que, em sua obra “The Rock” (1934), quando já se manifestavam os primeiros sinais do totalitarismo que tomou conta da Europa, na II Guerra Mundial, perguntava: “Where is the wisdom we have lost in Knowledge?” (onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?)
    Ao fazer tal citação, o Orador conectou-a com as “lições de sabedoria” relatadas  pela Acadêmica Presidente LUDMILA KLOCZAK, a esta ministradas pela Sra. sua mãe, ao longo dos noventa e sete (97) anos de vida já completados, com vivências que demonstram e inspiram um verdadeiro AMOR pela VIDA, ressaltou o Acadêmico Sergio Alves Gomes. São lições de alguém que sobreviveu corajosamente e venceu as ameaças da violência, da fome, do abandono forçado de sua pátria (Ucrânia), durante a Segunda Guerra Mundial. Alguém que aprendeu a valorizar a leitura e o pensar para bem viver, reconhecendo os limites inerentes à condição humana. Alguém que aconselhou sua filha a “nunca deixar de viver”, sejam quais forem as circunstâncias. Alguém que, em quase um século de vida, continua a viver sabiamente. 
    Em seguida, continuou o Orador a observar que o “nunca deixar de viver” aplica-se a toda a humanidade. Apesar das hecatombes, tragédias e eventos destrutivos, a espécie humana vem, ao longo do tempo, escrevendo sua história e se expressando mediante suas elaborações culturais que refletem o seu caminhar. As Letras, as Ciências e as Artes são manifestações relevantes de tal trajetória. Por isso, na reunião de hoje, apesar do tempo secular decorrido desde suas criações musicais até o presente, pudemos contar com a presença de ilustres e clássicos compositores que se apresentaram por meio de sua exímia intérprete e mediadora, a Professora Ana Paula Miqueletti. Graças aos seus conhecimentos musicais, pudemos ouvir, com elevado deleite, obras de Domenico Scarlatti, Händel, Chopin e  Scriabin, as quais podem ser entendidas também como expressão de “amor universal” presente na criação artística, pois há um  reconhecimento mundial do valor estético de suas obras capaz de mantê-las vivas ao longo do tempo e acessíveis às múltiplas gerações, mediante seus ou suas  intérpretes musicais.     
    Diante do  “Destaque Acadêmico” apresentado pelo Dr. Luiz Parellada Ruiz e da palestra proferida pelo  Prof. Alan Thomas sobre a obra do escritor George Orwell, o Orador, movido pela percepção das lutas e ideais de Orwell contrários ao imperialismo e às tantas formas de opressão neste embutidas, destacou o valor das utopias, dos sonhos para melhorar as condições do convívio humano, nos tempos atuais. Sem ideais, sonhos e utopias(4) não há esperança e ninguém consegue viver sem esperança, frisou. E, ao falar em utopia, lembrou trecho da célebre canção “imagine”, de John Lennon, quando diz:

“You may say I’m a dreamer
But I’m not the only one
I hope someday you’ll join us
And the world will be as one”

    Para concluir, o Orador frisou que a reunião, em seu conjunto, pode ser vista como manifestação do desejo de entendimento entre os humanos para o bem da humanidade. E tal bem só se torna possível se as expressões de cooperação, mútuo respeito e igual consideração se tornarem reais, verdadeiras. E para isso acontecer, há necessidade de amor, de “amor universal”, conforme também expressa o  poema de autor desconhecido, (5) lido integralmente pelo Orador:

A inteligência sem amor te faz perverso;
A justiça sem amor te faz implacável;
A diplomacia sem amor te faz hipócrita;
O êxito sem amor te faz arrogante;
A riqueza sem amor te faz avarento;
A docilidade sem amor te faz servil;
A pobreza sem amor te faz recalcado;
A beleza sem amor te faz narcisista;
A autoridade sem amor te faz tirano;
O trabalho sem amor te faz escravo;
A simplicidade sem amor te deprecia;
A oração sem amor te faz falso;
A lei sem amor te escraviza;
A política sem amor te faz oportunista;
A fé sem amor te faz fundamentalista;
A cruz sem amor se converte em tortura;
A vida sem amor...não tem sentido.”

    Prosseguiu o Orador dizendo que  somos sedentos de sentido para nossa existência. Segundo ele, o sentido do convívio social só pode ser  construído na medida em que democratizarmos a capacidade de pensar, de refletir. E tal reflexão coloca perguntas desafiadoras, como aquelas trazidas por Jacques Attali, em sua obra “A Economia da Vida” (6), ao considerar os desafios trazidos pela atual pandemia:
    “Quantos serão os desempregados e por quanto tempo? Voltaremos a encontrar o nível de vida anterior? O modo de vida? A maneira de consumir? De trabalhar? De amar? E quando? Quem ficará desempregado? Que empregos desaparecerão? Que outros irão surgir? Como esquecer os outros combates, particularmente aqueles pelos direitos das mulheres, das crianças e das pessoas mais frágeis? Que nações sairão vitoriosas?[...]”.
    Na sequência, o Orador observou que, nas guerras, em geral, todos perdem e que a sabedoria (7) está a indicar outros caminhos superadores dos conflitos e incentivadores do convívio pacífico e democrático. E que tais caminhos já estão  delineados na Constituição do Estado Democrático de Direito quando esta apregoa a cooperação para o bem da humanidade. (8) É óbvio que jamais foi tão necessária tal “cooperação entre os povos”  para o enfrentamento destes tempos pandêmicos, em que toda a espécie humana se encontra sob forte ameaça de morte. Destacou ainda que o “bem da humanidade” é produzido,  também, mediante o expressar das Letras, das Ciências e das Artes, na medida em que estas, por meio de uma bem qualificada Educação, se fizerem acessíveis, cada vez mais, a um maior número de pessoas e mediante o empenho para que cheguem a todos. Isso significa a verdadeira democratização do processo educacional que considera a Educação como um direito fundamental. (9) Uma Educação para ser, conviver, aprender e fazer (10), orientada por princípios conectados à preocupação com o bem de todos e de cada um, enquanto pessoa dotada de igual dignidade. 
    Ao concluir, com agradecimentos à Presidência pela oportunidade da fala, o Orador frisou que a reunião espelhou muito do “ser” de cada participante, da capacidade de um convívio que valoriza o compartilhamento do saber adquirido ao longo do caminho de aprendizagem e, consequentemente, de contribuir, mediante a participação, na construção de um mundo melhor para o viver que é sempre um CONVIVER. 

Notas: 
(1) Cf. SHAKESPEARE, William. Hamlet; tradução de Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM, 1977 (p.139).
(2)  Marcelo Gleiser, físico e astrônomo, destaca “o paradoxo que é o homem. Se aprendemos muito sobre o Universo, sobre a natureza das coisas e sobre a vida, continuamos incapazes de erradicar a fome e a pobreza da face da Terra, continuamos a nos matar em guerras e pelas ruas, a nos dividir por preconceitos e intolerância, a poluir e devastar impunemente nosso planeta. Algumas das perguntas mais antigas - a origem do cosmo, da vida, da mente – continuam sem resposta; novas doenças surgem do nada, para nos lembrar de nossa fragilidade perante a Natureza. Morremos, como todas as outras formas de vida. Por mais que tentemos nos convencer do contrário, somos ainda uma espécie imatura, com muito para aprender sobre nós próprios e sobre o Universo em que vivemos. A ciência nos ensina a ser humildes, a aceitar o não-saber como pré-condição do saber, a jamais perder o deslumbramento pelo mistério. Através da nossa constante busca por respostas, crescemos como indivíduos e como cidadãos do mundo e do cosmo. Negar a ciência é abraçar uma existência assombrada por superstições e obscurantismos, é olhar para o mundo de olhos fechados” (Cf. GLEISER, Marcelo. Micro Macro. São Paulo: Publifolha, 2005, p.17).   A relação entre o ser humano e o universo é objeto de muitas reflexões filosóficas e teológicas, como por exemplo se vê em: GRINGS, Dom Dadeus. O Homem Diante do Universo.Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995 (Coleção Filosofia, n. 27). Ao comentar sobre tal texto, diz Urbano Zilles: “ Nas últimas décadas, o homem tomou consciência de ser-no-mundo, que sua relação com o universo não passa só pela inteligência mas também atinge o coração. Por isso exige uma atitude de amor, pois só no encontro amoroso com o mundo o homem encontra-se a si mesmo.” (Cf. ZILLES, Urbano. In: GRINGS, Dom Dadeus. O Homem Diante do Universo – orelha da obra).
(3) Cf. BRANDÃO. Carlos Rodrigues. Nós, os Humanos:do mundo à vida, da vida à cultura. São Paulo: Cortez, 2015 (p.20-21).
(4)  O tema “utopia” é objeto de ampla  reflexão filosófica na obra: NOVAES, Adauto (Org.) MUTAÇÕES: O Novo Espírito Utópico. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2016.
(5) Cf. SAYEG, Ricardo. BALERA, Wagner. O Capitalismo Humanista. Petrópolis: KBR, 2011. O poema “Sem amor” foi utilizado pelos autores como epígrafe (p.10) da referida obra, com informações  de sua publicação pelo “Jornal da Igreja de São Judas, São Paulo (SP), junho de 2008 e da desconhecida autoria.
(6) Cf. ATTALI, Jacques. A Economia da Vida. São Paulo: Vestígio, 2021 (p.17). 
(7) Aristóteles, ao falar da sabedoria prática, aquela que deve orientar as decisões, vê-a como a “capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas ou más para o homem” (Cf. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco, Livro VI, cap.5. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p.144. Col. Os Pensadores). A Bíblia contém um livro inteiro dedicado à Sabedoria, no qual consta que “Ela é que ensina a ciência de Deus, e é diretriz das suas obras. E, se as riquezas se apetecem na vida, que há de mais rico do que a sabedoria que tudo faz? E, se é a perícia que opera, quem é melhor artífice do que a sabedoria em tudo o que se faz? E se alguém ama a justiça, são obra sua as grandes virtudes, porque ela ensina a temperança e a prudência, a justiça e a fortaleza, que é o que de mais útil há na vida para os homens” (Cf. Bíblia Sagrada, 38ª ed. São Paulo: Paulinas, 1982 (Liv. Sabedoria 8, 4-8, p.732).   
(8) Diz a Constituição da República Federativa do Brasil (CRFBR): Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:  “[...] IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”
(9) Cabe lembrar que o artigo 205 da CRFBR estabelece: “ A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 
(10) A referência para tal assertiva são os “quatro pilares da educação para o século XXI”, analisados e apregoados na obra: DELORS, Jacques. Educação: Um tesouro a descobrir, 7ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2012 (especialmente o cap. 04).
(*) Sergio Alves Gomes é Doutor em Direito: Filosofia do Direito e do Estado, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Professor Associado da Universidade Estadual de Londrina (Departamento de Direito Público), na qual é também Professor Colaborador do Programa de Mestrado/Doutorado em Direito Negocial; Magistrado (Juiz de Direito aposentado) e Ocupante da Cadeira 36 (Patrono: Hugo Gutierrez Simas) da Academia de Letras, Ciências e Arte de Londrina.

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Extraído do "chat" da reunião:
From Jonas to Everyone:  
bom dia a todos e todas.
From iPhone de Fatima to Everyone:  
Bom dia queridos Confrades Confreiras amigos e visitantes!
From iPhone de Fatima to Everyone:  
Belíssimas músicas Parabéns
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  
Excelente exposição artística. Parabéns!!!!
Parabéns pelo excelente destaque acadêmico, Dr. Luis
From Leonilda Spina to Everyone:  
Parabéns, Dr. Parellada, pelo excelente destaque!
Muito emocionante o relato sobre sua mãe, Confreira Ludmila!
From Soledad Ferdinandi to Everyone: 
👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  
Parabéns pela excelente palestra.
From Leonilda Spina to Everyone:  
O mini recital foi de muito bom gosto! Parabéns!
Parabéns ao palestrante, ótima explanação!
From Fátima Geha to Everyone:  
Muitíssimo obrigada por suas contribuições!
From Fátima Geha to Everyone: 
Muitíssimo obrigada por suas contribuições!
From Soledad Ferdinandi to Everyone: 
👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone: 
Parabéns, Dr. Sergio.
From iPhone de Fatima to Everyone:  
Brilhante Sérgio! Parabéns!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  
Parabéns a todos, ao nosso querido Jonas pela condução dos trabalhos, aos participantes e palestrantes pela difusão da reflexão e da cultura. Excelente reunião.
From iPhone to Everyone: 
Obrigada pelos momentos de reflexão! 
Bom domingo a todos!
Obrigada pelos momentos de reflexão! 
Bom domingo a todos!
From Soledad Ferdinandi to Everyone: 
Riqueza de reunião!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
From Maria Beatriz Zambon Montans to Everyone: 
Obrigada Ludmila pela lembrança e menção à minha mâe!
From Clodomiro Jose Bannwart Junior to Everyone:  
Bom domingo a todos...