Nosso Mestre de Cerimônias, Jonas Rodrigues de Mattos |
Leitura do Credo Acadêmico, pela Acadêmica Fátima Mandelli |
DESTAQUES ACADÊMICOS
Reflexão, pela Acadêmica Pilar Álvares Gonzaga Vieira:
Da Inquietude do Homem
Ouvimos constantes comentários sobre a inquietação mental e física sentida pela maioria dos povos e nações da Terra.
Dizem esses comentários que essa inquietação é maior do que tem sido por muitos séculos; que o mundo está num estado mental completamente confuso e que isto significa infelicidade, desgraça e atraso do progresso.
Todas estas declarações, particularmente a que se refere ao atraso do progresso, indicam uma análise incompleta e falha da situação. A inquietação do homem em qualquer sentido, físico, mental, espiritual e de outros tipos, sempre foi e continua a ser o maior fator de contribuição para o progresso e desenvolvimento da humanidade.
Se o homem não tivesse se sentido inquieto e preocupado, incomodado e desapontado com as condições em que vivia, no estado primitivo, é bem provável que ele ainda estivesse dormindo nos ramos das árvores ou morando em cabanas de barro espalhadas ao longo das margens dos rios.
Foi porque não se sentia satisfeito com suas condições e porque acreditava poder obter algo melhor, ou porque acreditou que podia fazer coisas melhores, que surgiu a capacidade de construir habitações mais confortáveis e seguras, o desenvolvimento de comunidades organizadas, a confecção de vestuário e a criação de todos os dispositivos que vieram a melhorar a vida material da humanidade.
Não existe sinal mais saudável de progressos reais para o futuro do que a intensa inquietação que hoje é sentida em todo mundo. É verdade que quando nos sentimos inquietos e procuramos descobrir ou criar algo melhor, perturbamos a paz e a tranqüilidade de nossa vida, dos negócios; passamos o sentimento de sermos irrefletidos e sem rumo, em busca de algo ilusório.
No presente, a inquietação que varre o mundo é espiritual, religiosa, política e econômica, e de vários modos é perturbadora e desiquilibrante. Mas é ao mesmo tempo, uma perturbação construtiva, comparável a algo novo, impulsionando o progresso.
Nada pode ser tão contrário ao progresso, tão destrutivo em relação à elevação do homem, individual e coletivamente, do que uma atitude de completa satisfação.
Se você é mental e fisicamente inquieto e sente que nada é completamente satisfatório em sua vida; se você tem o desejo de saber mais, ver mais, aprender e experimentar mais coisas e melhorar as condições ao seu redor, você está no caminho que leva a maiores e melhores coisas, porque sua natureza está se expressando de modo natural.
Toda inquietação nos leva a enfrentar desafios. Todo desafio em nossa vida é um momento que nos conduz para um ensinamento acima do nível em que nos encontramos. É por meio dos desafios que podemos perder o que pensamos amar, para conquistar o que realmente amamos; é por meio dos desafios que tiramos de nossa vida o que julgamos importante, para conquistar o que realmente é importante; é por meio dos desafios que nos aproximamos dos princípios divinos quando orgulho nos afasta de uma conduta dentro de valores reais.
Todo desafio é um alerta para que encontremos nosso verdadeiro caminho. Quando nossa consciência tem dificuldade em despertar, geralmente tem início uma fase de dificuldades. Nela, o inaceitável parece não ter fim. Não são castigos...São fatores que nos conduzem rumo à verdade de nossa própria vida. Quem não entende isso fica longe do despertar e perde todas as possibilidades de aprimorar sua vida, não percebe a verdadeira causa dos desafios que lhe foram impostos e se depara com dificuldades para vivenciar o verdadeiro efeito positivo que eles trazem nas entrelinhas dos acontecimentos que geram. É no fogo que tempera o aço, atribuindo a ele propriedades mais nobres. Do mesmo modo, é nos desafios que um mundo desconhecido surge à nossa frente, e, para explorá-Ia, uma parte de nossa bagagem deve ficar para trás.
O universo nos fez num sopro e, quando nos desvíamos de suas leis, ele tenta nos recuperar e nos inspira, colocando-nos de volta no caminho certo - muitas vezes contra nossa vontade - até por meio de fatos que nos causam feridas, tudo porque precisamos aprender algo e progredir.
Todo desafio é uma oportunidade de crescimento, uma porta que nos leva a despertar forças que não pensávamos ter. Devemos agradecer por eles estarem em nossa vida e decifrá-Ias com entusiasmo e dedicação. Cada desafio vencido-faz de você uma pessoa ainda melhor.
Graças à inquietude e às idéias brilhantes de grandes homens que muito contribuíram para ajudar o progresso, que hoje usufruímos de tantos benefícios, em especial na área médica, de comunicação, transportes e outras tantas que tornaram a vida contemporânea, mais ágil, mais confortável e menos dolorida com o avanço extraordinário na medicina.
Imaginem como seria o mundo sem a invenção destes grandes gênios:
Santos Dumont, que realizou o sonho de tantos seres humanos – voar, inventando algo mais leve que o ar e aquecido, encurtando longas distâncias e unindo continentes. A sua inquietação levou-o a alçar longos vôos.
Thomas Green Morton, que descobriu a anestesia, tornando possível realizar cirurgias com menos sofrimento, sem dor, objetivo perseguido pelos estudiosos de medicina desde Hipócrates.
Alexander Graham Bell, inventor do telefone.
Benjamin Franklin, inventor do pára-raios.
Alan Turing, inventor do computador.
Steve Jobs, o gênio da informática moderna.
Não é nossa intenção ficar desfilando os nomes dos grandes gênios da história da humanidade, mas lembrar que sem esses homens e mulheres abnegados, que tanto contribuíram para o progresso, a humanidade não estaria usufruindo de todas essas benesses que tornam nossas vidas menos sofridas e mais confortável.
A todos esses grandes homens e mulheres de grande inteligência e elevação espiritual, nossa profunda gratidão.
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Relato, pela Acadêmica Ludmila Kloczak:
Participação da nossa Academia no XI Encontro da Academias de Letras do Paraná e comemoração de 80 anos da Academia Paranaense de Letras
Curitiba, setembro
O grupo que representou nossa Academia foi composto pela nossa Presidente Leonilda Yvonneti Spina, e pelas Acadêmicas Rosa Maria de Mello Bonfim, Maria Aparecida de Fátima Mandeli e Ludmila Kloczak.
Na cerimônia de abertura o acadêmico da Academia Paranaense de Letras, Laurentino Gomes, proferiu a palestra “Por que estudar História do Brasil hoje. Como o passado nos ajuda a entender e organizar a construção do futuro”.
Esta palestra introduziu o tema que percorreu todos os trabalhos, o qual se concentrou no estudo da História do Paraná para “a formação de cidadãos conscientes da identidade, do potencial e das possibilidades de valorização do nosso Estado”, conforme reza a legislação de 10/11/2006: O Novo Tratamento Pedagógico da História do Paraná.
Assim, o tema da primeira palestra proferida no sábado foi: "A Academia Paranaense de Letras e a História do Paraná. As Academias de Letras do Paraná" e “A Academia vai à Escola”-, proferida pela presidente da APL , acadêmica Chloris Casagrande Justen.
Não é possível transmitir o entusiasmo, a vivacidade e alegria com que Chloris, na sabedoria acumulada em seus 93 anos de vida, incentivou a nos perguntarmos quem somos nós, os paranaenses. Professora e esposa de juiz, teve a oportunidade e a liberdade de propor atividades culturais junto aos alunos de 1o. e 2o. graus no sentido de promover o conhecimento e a compreensão das suas raízes identitárias.
A presidente da APL, Chloris Casagrande Justen, com nossas Acadêmicas Fátima Mandelli, Ludmila Loczak e Leonilda Yvonneti Spina |
Em seguida, com o tema "A Academia, a literatura e a formação da cidadania. História do Paraná – Momentos Marcantes", os acadêmicos e escritores Adélia Maria Woellner e Antonio Celso Mendes demonstraram que é possível despertar nos alunos o gosto pelo estudo da história do Paraná através de iniciativas muito simples. “Não é possível esperar por recursos, pois nunca os teremos, mas é possível usar de criatividade e boa vontade para criar situações de aprendizado”. Para ilustrar sugerem às crianças e jovens que pesquisem a história da sua rua, dos vizinhos, da sua família, do bairro e da cidade. Tudo é história!
A apresentação seguinte teve como tema "A Academia hoje", sob a coordenação do acadêmico Nilson Monteiro. Nesta etapa, nove Academias tiveram a oportunidade de expor seu trabalho, suas dificuldades e modos de resolvê-las. Várias Academias desenvolvem atividades de inserção nas suas comunidades com eventos literários e culturais variados. A nossa Academia de Londrina, representada pela nossa Presidente Leonilda Yvonneti Spina, historiou nossa situação atual. Mostrou como organizamos nossas atividades e conduzimos nossa reunião mensal que é aberta ao público em geral. Outras Academias, conforme suas características, participam de eventos em escolas, estimulam e coordenam concursos literários. Em Maringá, a Academia participa do Festival Literário equivalente ao Londrix (de Londrina) com uma banca na qual os acadêmicos conversam sobre cultura e literatura.
Os participantes foram brindados com uma apresentação musical dos “Calouros do Ritmo”, amigos que cantam junto desde a juventude músicas de composição própria e outras, música brasileira de qualidade. Quatro senhores cantores e um jovem no teclado, neto da Acadêmica Chloris.
Após, foi constituída a mesa-redonda: "Literatura no Paraná", sob a coordenação da acadêmica e professora de literatura Marta Morais da Costa, na qual se apresentaram os acadêmicos Eduardo Rocha Virmond, que discorreu acerca da literatura paranaense nos anos quarenta e cinqüenta. Em seguida, o acadêmico Ernani Buchmann relacionou a literatura ao jornalismo, ao apontar como grandes escritores paranaenses tiveram sua origem no jornalismo e/ou fizeram literatura jornalística ou jornalismo literário. Na qualidade de jornalista esportivo, assinalou a quantidade de obras que têm o futebol como tema ou pano de fundo. Após sua apresentação, procurei contribuir ao lembrar o reconhecimento internacional que tem o jornalismo literário, quando o prêmio Nobel de Literatura do ano passado foi atribuído à jornalista Svetlana Alieksievitch, com obras como: “A guerra não tem rosto de mulher” e “Vozes de Tchernobil”. Em seguida, o acadêmico Paulo Venturelli discorreu sobre a nova safra de escritores paranaenses que tem se destacado no cenário nacional. Ao término de sua apresentação, o acadêmico Nilson Monteiro referiu-se a si mesmo como “Pé Vermelho” e destacou os escritores do Norte do Paraná, como Rodrigo Garcia Lopes, Domingos Pelegrini e Marco Fabiani.
À noite os participantes foram brindados com um belo concerto da Camerata Antiqua de Curitiba, com o tema Beatles, Shakespeare e os madrigais Ingleses. Programa em homenagem aos 400 anos da morte de William Shakespeare, apresentado na Capela Santa Maria. Sob a regência de Mara Campos, poemas, música e teatro contagiaram a platéia.
O encontro foi encerrado com jantar de confraternização no restaurante do SENAC – PR. Um violonista apresentou músicas que compôs em homenagem a várias cidades paranaenses. A dedicada para Londrina é muito bonita.
Esta apresentação teve o propósito de partilhar a magnífica experiência que tivemos e, em especial, estimular e nossos Acadêmicos a participarem dos próximos Encontros. O próximo Encontro, em 2017, será realizado em Cornélio Procópio. E, quem sabe, poderíamos sediar o Encontro que coincidirá com a comemoração dos quarenta anos de existência da nossa Academia, que ocorrerá dentro de dois anos.
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Apresentação pelo Colaborador Cultural Aparecido Guergolette:
Aproximação
Em homenagem ao Dia da Criança
Antes de ler o texto autoral, em alusão ao dia Internacional da Criança, Aparecido Guergolette compartilhou com os presentes uma experiência, segundo ele, que ocorreu entre um aluno da escola onde era vice-diretor e o pai do referido aluno, que um dia irrompeu em sua sala, expressando palavras de baixo calão, impróprias, ofensivas, agressivas e imorais, sempre em ataque ao filho.
Segundo o pai, o filho falava que iria à escola, mas na verdade faltava; tinha certeza que o filho não se encontrava em sala de aula. Para dirimir sua dúvida, o pai pediu que alguém fosse verificar “in loco” se o filho estaria ou não na classe. Na verdade, o aluno estava, sim. Devido à insistência do pai, o menino foi chamado à diretoria, quando ocorreu uma conversa nada agradável entre ambos. Logo em seguida o menino voltou à aula. Na sequência, foi mostrado ao pai o boletim do filho dele, que não apresentava faltas. Foi demonstrado também que o filho era bastante estudioso, comprovado pelas notas do boletim no decorrer dos três bimestres, do ano letivo. Na oportunidade, Aparecido teceu comentários elogiosos ao menino como estudante e tranquilizou o pai, dizendo que o seu filho certamente teria um belo futuro, cursaria uma universidade, etc.
No intervalo do recreio o menino procurou Aparecido, disse que gosta do pai, mas este se comporta como se fosse uma criança. “Meu pai não é feliz, não tem ética, às vezes falo com ele por meio de bilhete ou cartinha... faço de tudo para compreendê-lo, digo para darmos um sentido à vida, valorizar nossa família...”
Aparecido citou o livro de Franz Kafka, de título “Carta ao Pai”, que o autor escrevera ao pai: “Minha atividade de escritor tratava de ti, eu apenas me queixava daquilo que não podia me queixar junto ao teu peito”. Citou ainda trechos do livro “Hermenêutica Constitucional”, de autoria do Dr. Sérgio Alves Gomes, Acadêmico de nossa Academia de Letras, que relata: “A vida humana consiste numa permanente busca de sentido, de compreensão, de significado... Quem é feliz vive bem e age bem, porque se pode dizer que a felicidade é quase um viver bem e um agir bem...”
Aparecido entendeu que o aluno era uma boa pessoa e estava fazendo de tudo para entender o pai. Continuando, lembrou que com as crianças estão ocorrendo tráfico, exploração sexual, indução às drogas, ausência nas escolas, os pais presos, doenças, sequestros, etc.
Em seguida, Aparecido Guergolette apresentou um texto de sua autoria, para homenagear o Dia da Criança:
Aproximação
Meu pai. Eu nasci de ti e de minha mãe. Não sei se nasci porque me amaste e escolheste, ou se foi um acaso de mau gosto na tua vida. Nunca te perguntei nem me disseste. Foi uma pergunta que sempre me angustiou e que morreu dentro de mim como tantas outras que te quis fazer. Tenho te amado nas trevas, sem saber se o que sinto por ti é puro ou se está ligado ao misto de agradecimento e dependência ao qual me encontrei desde a infância. Tantas vezes abri a boca para te dizer ou perguntar alguma coisa. Entretanto, ou não tinhas tempo a perder comigo ou teu olhar e teu modo de ser me impediram de falar e calei com dor... Meu querido pai! Meu amado! Nunca consegui tua amizade ou nunca soube ser teu amigo. Esperei muito de ti e por muito tempo, tu foste o meu modelo. Tenho crescido a teu lado, ombro a ombro e não te conheço, nem me conheces. O pior e o melhor de mim, és o último a saber e não sei por culpa de quem... Querido pai, neste dia 12 de outubro, o dia Internacional da criança, que também é teu e que está prestes a terminar, quero te fazer uma proposta de amor.
Estou pronto a perder qualquer coisa, dentro ou fora de mim, para reparar a distância que há entre mim e ti. Gostaria de comungar contigo, com tudo que sou e tenho. Seja legítimo ou não. Prometo-te fazer uma força muito grande para ser gente, para colocar-me numa posição de amor.
Eu sei que isto será difícil, tanto para mim quanto para ti. Mas o meu Deus que também é teu nivelará as discrepâncias, no amor. E, como tenho a impressão, que foi Ele quem me ditou na essência do meu ser estas coisas, espero que cheguemos a nos conhecer e nos amar verdadeiramente. Meu estimado pai, neste dia, com carinho, com amor e com alegria escrevo indelevelmente em meu coração: qualquer homenagem a ti, ainda é pouca!... Meu estimado pai, assim posto, que o Pai de todos os pais e filhos, nos abençoe a todos!
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PALESTRA
Mudanças Climáticas
Luiz Eduardo Cheida*
Em palestra bastante cativante e extremamente realista, o dr. Luiz Eduardo Cheida demonstrou, através de gráficos e fotografias, a avassaladora redução das matas no estado do Paraná, que têm sido destruídas para cultivo agrícola e hoje possuem apenas um pequeno porcentual da cobertura original existente antes que o estado se tornasse um grande produtor agrícola.
O palestrante Dr. Luiz Eduardo Cheida recebendo o Certificado de Participação das mãos da 1a. Vice-Presidente Pilar Álvares Gonzaga Vieira |
Por isso, esta sua sugestão para que nossa cidade adote a energia solar como fonte principal de energia - uma energia limpa e de baixo custo. Preconizou inclusive o uso futuro de carros movidos a eletricidade, fornecida pela energia solar, eliminando-se cada vez mais a utilização de petróleo.
*Médico, ambientalista e político brasileiro.
Teve ativa participação na campanha pela anistia, na campanha pelas
eleições presidenciais (Diretas-Já), e nas campanhas pela
instalação da Assembleia Nacional Constituinte.
Foi vereador em Londrina entre 1989 e 1992, prefeito e
Secretário Estadual de Meio Ambiente do Paraná.