EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO DE 13/03/2022
Acadêmica Ludmila Kloczak
Caros confrades, confreiras, convidados e visitantes,
Bem- vindos à reunião da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina
As pessoas vivem em seus bairros e cuidam das suas vidas anônimas, interessadas em construir a sua história. Passam umas ao lado das outras, asseguradas do seu sentimento de pertença ao grupo, à comunidade. Essa experiência diária, quase imperceptível, não racionalizada, em parte, inconsciente, mantém os elos do convívio e fortalece uma harmonia interna com o agrupamento mais próximo, com a Nação e com o Universo. Até que a casa do vizinho desaba. As pessoas são sacudidas na sua rotina e passam a se perguntar – Quem é? Como é o vizinho que jaz sob os escombros? Não havia necessidade de conhecer a identidade ou a história daquele vizinho. Ao desabar a casa, foi necessário identificar e personificar esse vizinho.
É uma longa história. Vou tentar oferecer seus traços mais relevantes. Vamos começar pelo nome, que sintetiza sua história: Ucrânia – Ucraína. É o que está na margem, nos confins, na fronteira. Terreno plano, fértil, fácil de ser colonizado, sem defesas naturais contra invasores. Aparentemente, o registro deste nome começou a surgir em crônicas, a partir do ano de 1187.
As tribos eslavas que circulavam pela região alcançaram ao nordeste as terras fino-úgricas, até o rio Oka e o alto Volga; ao oeste alcançaram o rio Elba, ao norte da atual Alemanha; entretanto, a concentração mais populosa de assentamentos deu-se ao sul, devido as terras férteis dos Balcãs, clima mais ameno e as ricas cidades na orla do mar Negro. A língua eslava original, no século VI, já se subdividia em três grupos consistentes: o eslavo ocidental, que resultou no polonês, tcheco e eslovaco; o eslavo do sul, que resultou no búlgaro, macedônio e o servo-croata; o eslavo oriental, do qual surgiram o ucraniano, bielo-russo e o russo.
Há três versões para a fundação do principado de Kiev . Não vou me ater aos detalhes das diversas versões. O destaque fundamental é que as várias tribos, tendo à frente, os polianos, tribo eslava mais organizada e numerosa que ocupava toda a vasta planície central da região que, mais tarde, foi denominada Ucrânia, viviam em permanente disputa de território e de bens. Diga-se de passagem, que fazia parte do mundo medieval, atacar e pilhar aldeias das tribos vizinhas.
Quando os normandos ou vikings ou varangios, denominações dos povos escandinavos que circulavam pelos rios Oka, Volga e Dnieper para comercializar com o Bizâncio, e sua capital Constantinopla ou Tsarhorod, como era mais conhecida entre os eslavos, decidiram se fixar às margens do rio Dnieper, nos inícios do século IX, fortificar seu assentamento e criar as bases para o seu principado, beneficiaram toda a vasta região e seus habitantes. Os escandinavos que ocuparam essa região, pertenciam à tribo denominada Rus (pronunciava-se Rush). Assim, criaram o principado de Kievo Rus. A família ou o clã que havia, anteriormente, fundado o assentamento de Novhorod, mais a noroeste, e se deslocado a sudeste para Kiev, chamava-se Riurik. A aliança deste povo com os eslavos foi bem-vinda. De fato, até meados do século X, todos os príncipes do então florescente principado de Kievo Rus, possuíam nomes de origem escandinava.
Não vou resistir a contar a encantadora lenda que retrata as origens de Kiev (Keiv). A cidade teria sido fundada por Key, na companhia de seus irmãos Khoriv e Shchek, e sua irmã, Lebed (cisne, em ucraniano – metáfora do amor, pela extrema fidelidade do casal, cuja união nem a morte separa: se um morre, o outro se suicida). Os irmãos teriam vindo num grande barco, aportado num lugar aprazível e seguro, transformando-o na sua morada. Assim, aos poucos, deitaram as raízes do que viria a ser o principado de Kievo Rus, a primeira, mais importante e significativa civilização eslava no centro da Europa medieval.
Entre os marcos históricos, temos que a cristianização oficial foi conduzida pelo príncipe Volodimyr I, em 988, quando a população da cidade e, ele próprio, foram batizados no rio Dnieper.
Seu filho Yaroslav I, o Sábio, governou entre os anos de 1019 a 1054 e alcançou o auge do esplendor kievano. Talvez o feito mais importante do seu governo, e daí o reconhecimento de sua sabedoria, foi a outorga da “Ruska Pravda”, a primeira constituição em terras eslavas, um código de leis que orientava desde a vida comunitária, até o comércio, a política e a continuidade da dinastia, com suas regras de sucessão. Um fato interessante é que sua filha, Anna, que celebrou núpcias com o rei da França, Henrique II, tornou-se regente do trono francês durante a minoridade do seu filho Felipe.
Sua visão de uma grandeza estatal e poder político e econômico resultantes da unidade em torno de um governo forte e bem estruturado, não foi herdada pelos seus sucessores, os quais puseram a perder pelos seguintes sessenta anos, um enorme estado que já fora rico e poderoso.
Somente em 1113, assume o trono do grão principado a convite do povo kievano, o neto de Yaroslav I, príncipe de Novgorod, Volodimir Monomach, cuja mãe, Anna Monomach, era irmã do imperador bizantino. Sob seu governo foram recuperadas três quartos das terras do antigo principado de Kievo Rus. Consegue pacificar e integrar os outros príncipes de modo a estabelecer relativa calma em todo o território. Amplia a “Ruska Pravda”, e adapta-a aos novos tempos. Sua obra “Conselhos aos Filhos” possui um profundo sentido moral, senso de justiça e humanismo. Dentre várias observações de cunho prático e filosóficas, exorta seus filhos a serem cuidadosos ao julgar ‘o mais simples camponês ou a mais pobre viúva’ de modo que estes nunca fossem injustiçados. Deveriam ser respeitosos com os estrangeiros e os comerciantes porque ambos ‘divulgariam ao mundo as boas e as más qualidades’ do governante e de seu país. Casa-se com Guita, filha do rei inglês, Harold II.
Integrado ao grão-principado Kievo Rus, nas densas florestas e pântanos entre os rios Volga e Oka, situava-se o principado de Rostov-Suzdal. Habitado, originariamente, pelas tribos fino-úgricas, que resistiram muito à colonização dos eslavos. Eram refratários às influências colonizadoras que vinham do sul e sudeste, bem como, do restante da Europa.
O príncipe Monomach designou este principado ao seu filho ilegítimo, tido com uma mulher Kuman, enviando-o ainda criança para ocupa-lo. Yuriy Dovgorukei (Mão Comprida) foi, talvez, um dos primeiros príncipes a se fixar na Suzdália e administrar com competência seu principado. Seu desejo de apropriar-se das terras do sul e sentar no trono kievano revela-se no uso deliberado de uma solução engenhosa político administrativa, de fundar povoados com os nomes das cidades do principado de Kiev, como a recriar e rivalizar com Kievo Rus, no seu principado de Rostov-Suzdal. Deve-se a ele a fundação de Moscou, em 1147, às margens do rio Móskva.
Seu filho, Andrei Bogoliubskei (que ama a Deus), completamente desinteressado da história e tradições kievanas, organiza e define a orientação política autocrática que, doravante, marcará os destinos do principado de Rostov-Suzdal, da cidade de Vladimir, mais tarde, incorporados ao Grão-principado de Moscou. Desgostoso com a possível competição que Kiev pudesse ainda lhe fazer e, quem sabe, desejoso de apagar do mapa, os traços de uma cidade que rivalizasse, mesmo em lembrança com a sua Vladimir, invadiu-a em 1169 e promoveu a maior pilhagem que esta cidade já havia conhecido. Não pretendia ocupar o trono. Melhor seria que estivesse vago e inexpressivo, o que possibilitaria maior liberdade para prosseguir o seu próprio caminho. Qualquer semelhança com o que ocorre hoje, não é mera coincidência.
Gostaria de acrescentar que, ao atravessar os rios gelados no inverno de 1240, cercar a cidade de Kiev e conquistá-la, os mongóis encontraram o espectro de um Estado que já se transformara em história e lenda.
Grupo Vocal "Entre Nós" *
Clique em cada link abaixo para assistir
> "Arrastão" (Vinicius de Moraes e Edu Lobo)
> "O Circo Místico" (Chico Buarque e Edu Lobo)
* Fundado em 2010, o “Grupo Vocal Entre Nós” é formado, em sua maioria, por alunos e ex-alunos do curso de música da Universidade Estadual de Londrina - UEL. O grupo conta com quinze músicos, sendo quatorze cantores e um pianista. Hoje, o grupo é coordenado por Monique Kodama - Especialista em Regência e participante do grupo desde sua formação. Em sua formação inicial, o grupo tinha como objetivo somente o estudo e interpretação de arranjos vocais, com destaque para nomes importantes da área, como Marcos Leite, Pablo Trindade e Celso Branco. Em 2014, após alguns anos trabalhando somente com o trabalho vocal, o grupo passou a realizar uma proposta interdisciplinar, integrando música e teatro em seus espetáculos que, além de enriquecer o trabalho, agregou um novo público.
Contando um conto
"Marlene e a Pandemia"
Acadêmico Julio Ernesto Bahr *
O conto "Marlene e a Pandemia", de sua autoria, mostra duas situações que se entrelaçam: a fragilidade sentimental de uma mulher (Marlene) e a malandragem urdida por um homem. Já na meia idade, ela busca através de um site de relacionamentos algum companheiro para preencher o vazio da sua vida.
O escolhido foi Richard, que é convidado para morar em sua casa no auge da pandemia do Coronavírus.
Richard, vigarista de carteirinha, manipulador e controlador, aproveita-se do pânico que a pandemia provocou em Marlene e aplica-lhe um golpe - sua intenção desde o início - apropriando-se de todos os bens e posses da companheira.
* Paulistano, é londrinense desde 2004. Publicitário, atuou nas áreas de criação, redação e design gráfico. É articulista, contista e blogueiro. Recebeu vários prêmios literários e tem contos publicados em antologias. Publicou os livros de contos, "Encontro na barca... e outras histórias de bahr" e "Tia Belinha e a grande cartada... e novas histórias de bahr", ambos patrocinados pelo PROMIC - Programa Municipal de Incentivo à Cultura, de Londrina.
Escreveu também o E-book "Criações Gráficas nos Tempos Pré-Computador" (disponível no site da Amazon).
Dois novos livros aguardam impressão gráfica.
Criou os blogs "Bahr-Baridades", "Visual de Londrina" (denunciando a poluição visual na cidade e que foi o estopim para a decretação da Lei Cidade Limpa), "Conversas de bahr em bahr" e "Publicidade, prazer em conhecer", os dois últimos ativos na rede mundial.
EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO DE 13/02/2022
EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO REMOTA EM 12/12/2021
Bem- vindos confrades, confreiras, convidados e visitantes à reunião da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina,
Quando esta Diretoria foi eleita para a gestão 2020/2021, não imaginávamos que teríamos que inovar muito para continuar a cumprir a missão de semear conhecimentos, ao percorrer o caminho dos que nos precederam com tanto talento e sabedoria.
Pois esta é a última reunião desta gestão. Orgulho-me do trabalho que fizemos. O novo nos orientou e estimulou a continuar. Agradeço profundamente aos membros da Diretoria, tanto pela confiança depositada em mim, como pela competência com que exerceram o trabalho, muitas vezes, inesperado e exigente que se impunha.
Informo que a assembleia para a eleição da nova Diretoria será aberta na quarta-feira, 15 de dezembro, e encerrada no dia 18 de dezembro. Todos os acadêmicos receberão um e-mail com as orientações para a eleição, antecipadamente.
Conforme expus na última reunião, nossa Alcal participou do 15º Encontro das Academias de Letras, Ciências e Artes do Paraná, retrato da dedicação de tantos paranaenses apaixonados pela Cultura e entusiasmados pela oportunidade de trocar experiências na área. Nesta oportunidade, fomos agraciados com um poema escrito especialmente para a ocasião e dedicado à Alcal. Foi uma iniciativa da Academia de Letras de Toledo, que homenageou todas as Academias presentes ao evento com um poema original. O autor do nosso poema foi o acadêmico José Garcia de Souza, Cadeira – 28, da referida Academia.
** Vitor da Silva Constantino, natural de Barueri - SP, teve o primeiro contato com a Flauta Transversal aos 11 anos. Em 2014, com 14 anos, ingressou na Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP Tom Jobim), onde permaneceu até 2019. Participou de concertos com a Banda Jovem do Estado de São Paulo (BJESP) e Orquestra Jovem do Theatro São Pedro (OJTHESP), sendo seu último recital realizado no 51º Festival de Inverno Campos de Jordão (jul/2021). Ingressou no curso de Bacharelado em Flauta Transversal na Unesp no ano de 2019, onde atualmente é orientado pela Professora Doutora Sarah Hornsby.
No segundo e terceiro momentos do seu discurso reflexivo, o Orador apresentou palavras de agradecimento à Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina, pela oportunidade de atuar como seu “Orador Oficial” por, aproximadamente, seis (6) anos e fez uma conexão com a temática das festas de Natal e Ano Novo, para deixar sua mensagem de felicitação a todos, em razão de tais celebrações. Assim, fundamentou seus agradecimentos e votos de felicidades, nos seguintes termos: “agradecimento pela oportunidade e confiança. Oportunidade para fazer uso da palavra em todas as reuniões, no memento “Palavra do Orador”. Oportunidade para compartilhar informações, ideias e reflexões sobre uma variedade de temas. Oportunidade para, ao falar sobre tais temas, conectá-los sempre com a figura do ser humano, da pessoa humana, que é cada um de nós, nunca isolada, mas sempre em convívio com o “outro”, o qual nunca é igual a outrem, embora sempre semelhante. Oportunidade para ressaltar as contribuições dos participantes nas dinâmicas, diversificadas e enriquecedoras reuniões ordinárias, onde as Letras, as Ciências e as Artes se complementam e nos oferecem o alimento intelectual, espiritual, ético e estético oriundo das diversas formas de conhecimento que encontram morada no âmbito dessa Academia. Oportunidade para expor e refletir, por exemplo, sobre os tempos pandêmicos que ainda estamos a vivenciar, sobre a tolerância, sobre o Poder e suas dimensões política e econômica, sobre o poder da palavra, a liberdade, os direitos humanos e fundamentais, a dignidade humana, a democracia, sobre o significado e a importância das Leis, sobre a Constituição da República, sobre o Estado Democrático de Direito, sobre a cidadania, sobre a vida e o meio ambiente e tantos outros temas que têm seus significados vinculados à vida em geral, à vida humana e ao convívio social, onde esta se desenrola para cada um como possibilidade de realização ou de frustração.
É hora também de agradecer a Academia pela confiança depositada na pessoa do Orador, ao conceder-lhe tal espaço, com a expectativa de que seus discursos e comunicações estivessem sempre em consonância com os fins para os quais esta Instituição foi fundada e em direção aos quais quer sempre caminhar: o cultivo do saber, do conhecimento humano, no âmbito das Letras, das Ciências e das Artes. Oxalá, tal expectativa tenha sido alcançada, no decorrer dos, praticamente, seis (6) anos em que tive a oportunidade de exercer o papel de Orador oficial desta respeitável Academia, a qual tenho a honra e a fortuna de integrar. Almejo pleno sucesso ao confrade ou confreira que vier a ser escolhido ou escolhida para dar prosseguimento a este dignificante múnus. Afinal, o ato de falar é exclusivo dos humanos, como lembra Aristóteles (Política, Livro I, 1253,a). Sabemos também que “fazemos coisas” importantes com as palavras , conforme ensina John Langshaw Austin, em sua obra “How to do Things with Words” (traduzida para o português com o título “Quando Dizer é Fazer”). Celebramos pactos, escrevemos textos, conversamos sobre tudo o que quisermos, dialogamos. Palavras podem construir, mas, também, destruir possibilidades, seja no sentido do bem ou do mal. Palavras também ferem, promovem discórdia, guerra, calúnia, difamação, difundem o erro, a mentira e o ódio, conforme se vê no cotidiano atual. Mas este é o mau uso da palavra, o desvirtuamento do discurso que o coloca a serviço do mal. Na Academia, porém, a palavra tem sua morada para unir, construir, esclarecer, encantar, instigar o pensamento, provocando-lhe inquietações e ânsia de novas e mais amplas explicações e compreensões sobre a realidade percebida. Na Academia, a palavra deve ser sempre luz a iluminar os caminhos da verdade, do bem e do belo. Na Academia, o cultivar da palavra é o cultivo da linguagem e dos encontros com suas múltiplas e simultâneas expressões. Expressões literárias, científicas e das artes em geral. A Academia almeja a produção e difusão do conhecimento para que este seja luz a iluminar os desafiadores caminhos que a humanidade vem trilhando ao longo do tempo. E luz é palavra que se torna ainda mais inspiradora quando o NATAL e mais um NOVO ANO se aproximam.
Natal é tempo de nascer e renascer. Nascer é trazer à luz. Renascer é dar nova vida ao que estava morto ou quase apagado. A luz nos permite enxergar o caminho e as indicações que esclarecem sobre o destino que chegaremos se optarmos por este ou aquele caminho. A luz, ao brilhar na escuridão, nos permite ver onde estão os perigos, os precipícios, os cantos atraentes e enganosos das sereias. A luz nos abre sendas para discernir entre o justo e o injusto, o belo e o feio, o bem e o mal e, com prudência, fazermos escolhas que nos levem à realização e não à desgraça, que nos conduzam à vida e à sua promoção, de modo a nos opormos a uma cultura necrófila, destrutiva da vida e do mundo. A luz é tudo o que a humanidade sempre precisou e continua a necessitar para perceber os caminhos do amor fraterno, da cooperação, da compreensão, do afeto sincero, da gratuidade e da generosidade. A luz precisa brilhar no mundo intensamente para preencher os espaços de ignorância, de negacionismo da ciência, da descrença no transcendente, dos fanatismos, das polarizações orientadas pela irracionalidade e insensatez. A luz precisa brilhar nas mentes e corações estimulando o não à coisificação do homem e construindo meios de efetivo combate às novas e sofisticadas formas de escravidão que o egoístico uso do poder estabelece, ao instrumentalizar pessoas ou ao excluí-las das possibilidades mínimas de viverem com dignidade.
A fraternidade, a dedicação ao “bem de todos” e a criação das condições de possibilidades a uma vida digna constituem o núcleo da mensagem cristã, sempre reafirmada e reforçada no Natal: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João, 10, 10b). Para isso, é necessário ver em cada pessoa sua unicidade e dignidade a ela inerentes e perceber que milhões de pessoas, no Planeta, estão apenas sobrevivendo, morrendo aos poucos, de fome, de doenças desta decorrentes, vítimas de guerras e, especialmente, da pandemia. São vítimas da ausência de efetivo apoio para superarem suas situações de miséria, de abandono, de recusa como refugiados, nas fronteiras artificiais que separam países, povos e interesses econômicos. Natal é tempo de perceber que, sem solidariedade, cooperação, empatia com os mais frágeis e seus sofrimentos, o mundo deixa de ser humano. Deix a de ser mundo e se torna cada vez mais “ i-mundo” (lembrando aqui a expressão de Jean-François Mattei, em sua obra “Barbárie Interior”).
Que a simbologia das luzes festivas do NATAL não tenha apenas um brilho exterior, mas adentre nos recônditos dos corações, movendo-os a ações concretas de respeito, solidariedade e fraternidade, especialmente em relação aos mais fragilizados, doentes, marginalizados, desempregados, refugiados, excluídos das possibilidades de um convívio que lhes garanta o efetivo respeito à dignidade humana inerente a cada ser humano. E que esta Academia esteja sempre a serviço da promoção do conhecimento necessário à superação das misérias humanas, filhas da maldade e da ignorância.
Que as celebrações do ANO NOVO sejam fonte de inspiração à paz, ao entendimento, à fraternidade, à solidariedade, ao AMOR fraterno.
Um Feliz NATAL e abençoado ANO NOVO a todos.”
COMUNICADO
EXTRATOS DA NOSSA REUNIÃO REMOTA EM 14/11/2021
Acadêmico Sergio Alves Gomes *
Sustentabilidade ou morte! Sustentabilidade pela manutenção da vida no Planeta! A escolha está nas mãos da humanidade.
(1) A frase lembra o discurso do Secretário Geral da ONU, António Guterres, na abertura da COP26, a 26ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima, no dia 01 do corrente mês (novembro), noticiada pela imprensa internacional, quando afirmou aos líderes mundiais que “estamos cavando nossa própria cova”.
(2) Cf. MORAES, Maria Cândida. Pensamento eco-sistmêmico: educação, aprendizagem e cidadania no século XXI. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, p.146-147.
(3) Discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, na abertura dos debates da 76ª sessão da Assembleia Geral, em 21 de setembro de 2021. Disponível no “site” das Nações Unidas.
(4) Cf. DARRIGO, Maria Rosa; MARK, Merel van der; FEITOSA, Tarcísio. Artigo intitulado “BC perde a chance de colaborar com a proteção da Amazônia”. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 de nov, 2021. Caderno ambiente, B1.