Nossa presidente Pilar Alvares Gonzaga Vieira
ao lado da palestrante da noite,
Profa. Dra. Vanderci de Andrade Aguilera
ao lado da palestrante da noite,
Profa. Dra. Vanderci de Andrade Aguilera
O Acadêmico Maurício Fernandes Leonardo
foi convidado para a leitura do
Credo Acadêmico
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MOMENTO DE ARTE
Para homenagear o Dia da Mulher, transcorrido no dia 8 de março, o Maestro Fernando Mourão e Coral Musiarte, do Instituto José Gonzaga Vieira. do Instituto Cultural José Gonzaga Vieira vieram abrilhantar a reunião, apresentando as canções "Oração de São Francisco", "Riacho do Navio" e "Hallelujah".
Clique para ver e ouvir um trecho da apresentação
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DESTAQUES ACADÊMICOS
"Apologia ao Extremismo ganha força
na Europa"
na Europa"
Acadêmico Edison Maschio
Xenofobia são conceitos que assolam o cerne da sociedade. Notadamente aquelas com mascará de democracia, pois transgridem os fundamentos dos direitos de cidadania e ignoram princípios régios de liberdade e justiça.
Tanto a Xenofobia como o anti-semitismo sempre floresceram de forma latente ou velada no âmbito das relações humanas.
Surgiram como uma capa para embasar doutrina pregada por Adolf Hitler, Após a derrota da Alemanha na primeira guerra mundial, em 1.914.
Anos mais tarde, por volta de 1.929, servindo-se de uma mensagem populista, com apelos nacionalistas, Hitler começou a reconstruir o Partido Nazista, acusando os judeus e comunistas como responsáveis pelo insucesso militar.
A mensagem de Hitler repercutiu, ele saiu da obscuridade e seu partido ao desfraudar a bandeira racial, espalhava a atmosfera do ódio, com objetivo de galvanizar setores da opinião pública, visando a conquista de cadeiras no parlamento. E esta conquista se concretizou ao assegurar a eleição de 107 membros do pleito em 1.930., tornando-se assim a segunda bancada legislativa do regime Alemão.
Nomeado chanceler e alçado ao poder, graças a uma manobra sórdida de bastidores, Hitler ficou soberano para colocar em prática, com acentuada ferocidade, seus conceitos de xenofobia e anti-semitismo. Sem perda de tempo instalou os primeiros campos de concentração para aprisionar os oponentes políticos e discordantes do rumo do governo.
Resolveu, outrossim, romper com o Tratado de Versalhes que proibia o rearmamento da Alemanha, e ao mesmo tempo implementar ações decisivas para reorganizar o exército e dotá-lo de excepcionais recursos bélicos.
Trazia como programa central do governo, caçar e perseguir judeus, negros e muçulmanos tidos como raças inferiores.
Conforme assinala o historiador Luiz Alberto Muniz, No seu livro “A desordem mundial”, coube a Hitler a proeza criminosa de provocar a segunda guerra mundial, gerando um dos maiores genocídios da história da humanidade, que culminou com a morte de 7 milhões de judeus e 19 milhões de soldados e civis.
É interessante citarmos, à guisa de ilustração, que no curso do sangrento conflito, aconteceram episódios espantosos que alimentavam o lucro e a ganância de oportunistas e espertalhões.
Embora fosse claro e meridiano que Hitler atacava frontalmente os judeus e detestava outros povos, recebeu do Bank Union Corporation, da família Bush, financiamento para executar projetos militares da Alemanha orçados em vários bilhões de dólares.
A Standart OIL, na época a maior produtora de petróleo, por sua vez, vendeu gasolina e borracha sintética á máquina de guerra nazista.
Igualmente Henry Ford produziu nas indústrias, milhares de caminhões e torpedos, foguetes balísticos, sob a justificativa de participar de uma nova cruzada contra o avanço do comunismo.
Contudo, o alvo inicial de Hitler não era atacar a Rússia ou combater o comunismo, frustrando as expectativas dos americanos.
Um fato inesperado acontece: O Japão ataca a base americana de Pearl Harbor, matando mais de 3 mil soldados, e os Estados Unidos acabam entrando na guerra, sendo compelidos a combater também a Alemanha, a quem armara.
Não vamos listar as terríveis batalhas da segunda guerra mundial, que terminou em 1.945, com a derrota do chamado Eixo formado pela Alemanha, Japão e Itália, enterrando o fanatismo de Hitler e desenhando novas perspectivas de paz para o futuro das nações.
Inobstante, nem transcorreram 70 anos do fim da guerra e somos surpreendidos com o renascimento do nazismo que brota na Alemanha e se estende por vários países da Europa, trazendo a estampada mensagem de ódio e xenofobia, contidas no livro “Minha Luta”, de Adolf Hitler.
O livro está narcotizando a juventude Alemã, semeando o combate frente aqueles que postulam pelos ideais democráticos.
Vejam que mais de 2 milhões de exemplares foram distribuídos, popularizando os temas de xenofobia e anti- semitismo, surgiram inclusive células para desenvolver trabalhos de catequese, a fim de arrebanhar novos adeptos do partido nazista.
Como decorrência dessa estratégia manhosa, o partido nazista obteve 112 Cadeiras no parlamento, tornando-se a 3° força do legislativo Alemão.
Sabem qual a proposta defendida pelos nazistas durante a campanha eleitoral?
Simplesmente expulsar mais de 80 mil refugiados que foram acolhidos, num gesto humanitário, pelo atual governo de Angela Merkel.
Oriundos a maior parte da Síria dirigida pelo sanguinário ditador Basar AL Sade, que já matou mais de 2 milhões de civis.
Do mesmo modo, na Austria e outros países do leste europeu,o poderio da filosofia nazista tem sido devastador. Na Austria conquistou 50% do parlamento e discute-se ali a expulsão dos refugiados.
Nos Estados Unidos cresce também a semente do ódio racial, em nível estratosférico, com a expulsão de famílias de origem muçulmana que ali vivem há muitas décadas.
Favorecido pela constituição americana que lhe concede poderes excepcionais para adotar qualquer medida, independente do congresso, o psicopata Donald Trump chama os muçulmanos de terroristas, de maneira indiscriminada e estriba-se nesse pretexto cínico para justificar suas arbitrariedades.
Salvo melhor juízo, temos de admitir a xenofobia e o anti-semitismo como símbolos do totalitarismo.
A propósito, um cientista, político disse recentemente que o mundo defronta-se com um cenário político, nebuloso, abalado pelo avanço vertical da mentalidade fascista, que consagra o poder nas mãos de ditadores insensatos e discricionários.
Na verdade pintou um quadro da realidade atual, que é vista a olho nú por todos.
Como exemplos destacam-se a Venezuela e a Bolívia, com um grupo que domina o governo há 15 anos.
Complementam a relação: A Rússia e a China, com políticos encastelados no poder também há mais de 15 anos; A Coréia do Norte, o Paquistão, entre outros, acompanham e integram a lista, com a agravante séria de estocar armas nucleares.
Em suma, os xenófobos e anti-semitas, racistas da pior espécie, achincalham a democracia, rejeitam a justiça social, e podem lançar o mundo num conflito bélico.
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"Dia Internacional da Mulher.
Dia de São João de Deus"
Acadêmico José Ruivo
Nesta reunião da Academia de Letras Ciências e Artes de Londrina se pretende enfatizar o Dia Internacional da Mulher cuja comemoração anual foi marcada para o dia 08 de março. Neste dia, em Chicago, 159 operárias que entraram em greve dentro de uma fábrica, teriam morrido queimadas por um incêndio provocado, nessa mesma fábrica, pelos patrões, os desalmados capitalistas. Para lá das justas reivindicações pretendidas pelas operárias, o socialismo marxista internacional aproveitou o fato para, subliminarmente, provocar a luta de classes, operárias, patrões, e mais remotamente, estendendo as pretensões femininas, fortalecer os movimentos de destruição da família, sob os mais variadíssimos pretextos: desigual salário, ânsia de mandar, e já não só em igualdade com os homens, mas o mandar nos homens, liberdade sexual, que na realidade não passa de libertinagem, etc, etc.
Tudo isto está acontecendo porque está sendo escondido à mulher todo o enorme poder que desde sempre, desde o início dos tempos, elas detêm sobre toda a sociedade. O desenvolver, estas ideias levar-nos-ia horas.
Hoje aqui pretendo deixar um pensamento exarado no romance histórico “Eurico, o Presbítero”, da autoria do Romancista, Historiador, poeta e introdutor do Romantismo em Portugal que se chamou Alexandre Herculano (1810-1877).
Na sequência do escritor francês René Chateaubriand (1768-1849) que em 1802 publicou um livro chamado “O Gênio do Cristianismo”; do grandioso gênio alemão que se chamou Johann Wolfgang Goethe (1749-1832) um dos precursores do Romantismo, do escritor escocês Walter Scott, o introdutor do romance histórico na Inglaterra, e de várias outras culturas da Escala Romântica, se começou a olhar para a Idade Média, que os Iluministas, a partir da Alemanha chamaram de Idade das Trevas, buscando os seus valores artísticos na construção das Catedrais, na Filosofia, nas Artes, nas Letras, nas Sociedades e no que de bom nos deu para os dias atuais. E observaram eles o grande poder que então tinham as mulheres que, pelo espírito de cavalaria, levavam os cavaleiros a jurar combater em defesa de Deus e de suas Damas – até à morte.
(Um pequeno parênteses antes de continuar.
Todo o dia de hoje, é uma idade média entre o dia de ontem, que passou, e o dia de amanhã, que virá.
Igualmente, Idade Média, é o tempo presente, que igualmente se encontra entre o tempo passado e o tempo futuro.)
Escreveu então Alexandre Herculano, no citado Romance:
“Tirai do mundo a mulher
E a ambição desaparecerá da face da terra.”
E perguntamos, deixando para vós as respostas:
O que leva o homem a lutar?
O ser? – afirmação de personalidade para ser apresentado a quem? – A Deus, certamente, mas e a quem mais?
O Ter? – Para si próprio? Para o compartilhar com quem? Para o doar a quem?
O Poder? – Mas o poder ao longo do tempo esvazia-se em tédio ... para oferecer as possíveis conquistas a quem?
Finalmente pergunto: e o Amor? Aonde leva o amor? – Permito-me agora o dar a definição de Amor que aprendi em 1947, no meu curso de Filosofia, no 7º ano do curso dos liceus, em Lisboa, no Liceu Nacional de Gil Vicente.
“Amor é o querer o bem de outrem; ainda que esse bem implique sacrifícios; e sendo eles necessários, aquele que ama prefere ser ele o sacrificando em lugar de qualquer outro.”
Passados quase 70 anos, fui encontrar esta mesma definição numa encíclica do Papa Bento XVI já no Brasil.
Afinal foi este mesmo amor que levou o Senhor Jesus Cristo a deixar-se crucificar por nós.
Em finalizando – Todas estas manifestações , dia da mulher, semana da mulher, mês da mulher, etc, etc, empoderamento (palavra que não existe nos quatro dicionários que consultei), igualdade de gênero, ideologia do gênero, casamento (?) homossexual, etc, etc, é apenas cortina de fumaça que tem, por fim último, a dissolução da família, e a entrega dos filhos ao Estado; já não são filhos dos pais, mas filhos do Estado.
Então, esse mesmo governo mundial, controlando as mentes desde a mais pequena infância, não terá quaisquer obstáculos ao impor a sua tirânica, podemos até dizer diabólica, ditadura.
E lembrando Camões:
Sete anos de pastor Jacob servia.
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Que mais servia o pai, servia a ela.
Dia 08 de Março
Para a Ciência Psiquiátrica e em particular para Portugal, tem este dia um outro significado.
Nele se comemora a Festa Litúrgica do santo português São João de Deus, fundador da Ordem dos Irmãos Hospitaleiros, a que foi acrescentado : de São João de Deus.
Nascido que foi em 08 de março de 1495, na Vila Alentejana de Montemor-o-Novo, faleceu em Granada, ao completar exatamente 55 anos, no mesmo dia 08 de março de 1550, não já no catre humilde que ocupava no Hospital que fundara, em Granada; mas, em casa de Garcia de Pisa, para onde se deixou transportar, contra a sua vontade, mas em obediência à ordem expressa do Arcebispo de Granada D. Pedro Guerreiro, acedendo a um pedido da esposa de seu hospedeiro Dona Ana Osório.
Não é a sua aventurosa vida que hoje pretendemos relatar: mas sim a sua valiosíssima contribuição para o tratamento dos pobres doentes mentais.
Desde tempos remotos que se pensava que a loucura mais não era do que uma possessão diabólica isto é: Satanás, o Inimigo, ter-se-ia introduzido no corpo do doente, passando a gerir toda a sua atividade e o seu comportamento.
Na Idade Média se dizia que:
“Satanás, ensandece primeiro
aqueles a quem quer perder.”
João Cidade, seu nome de batismo, aos oito anos de idade deixou sua terra de Montemor-O-Novo, e acompanhando um clérigo foi para Espanha. Aí, em Oropesa se tornou guardador de gados por longos anos – Foi soldado, primeiro em defesa da Espanha na guerra contra a França, e posteriormente na defesa de Viena da Áustria contra os turcos ismaelitas. Regressando, foi ajudante de pedreiro em Ceuta, de novo pastor em Espanha e finalmente livreiro ambulante. Em suas andanças encontrou um menino, vestido de luz, que trazia uma romã (em espanhol - granada) encimada por uma cruz que lhe disse: “João de Deus, tua cruz será em Granada.”
Para lá se dirigiu. Tendo ouvido o Grande Santo, pregador e reformador da Ordem Carmelita, em sintonia com Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, no dia 20 de janeiro, em honra de São Sebastião, teve uma crise de misticismo: vendeu os livros, deu o dinheiro aos pobres, e, com altos gritos pelas ruas de Granada se confessava grande pecador e merecedor das penas do Inferno.
Julgado como louco, foi internado no Hospital Real, e aí submetido à “Terapêutica da Flagelação” e a outras torturas a que eram submetidos os pobres doentes mentais. Tudo aceitou em penitência por suas culpas. Ao ver a situação dos verdadeiros loucos, passou a tratá-los de suas feridas, a lavá-los, a cuidá-los, com isso conseguindo uma melhoria sensível de seu estado de saúde.
Considerava-se que o brutal tratamento dado aos enfermos não se dirigia a eles propriamente: a intenção era de que o demônio se sentisse mal e então saísse do corpo em que dominava.
Foi então considerado curado, mas permaneceu no Hospital como enfermeiro, dado as melhorias que conseguia nos outros enfermos (os idiotas de hoje, aqueles mesmos que transformaram os homens médicos em técnicos de saúde, sem moral e sem alma, e que todos os dias falam nos jornais como a humanização da saúde é conquista do século XXI).
Dali saindo, fundou seu próprio hospital com 42 leitos, já agora coadjuvado por alguns generosos companheiros.
Em contraste com a “Terapêutica da Flagelação” vejamos um relatório datado de 1770 que indica um programa modelo para o tratamento dos doentes mentais nas Casas Hospitalares dos Irmãos de São João de Deus:
- métodos terapêuticos segundo os considerados ideais para a época: sangrias, banhos purgativos;
- confortar os doentes e dirigir os seus primeiros passos “no domínio da razão”;
- distraí-los do melhor modo possível com
- passeios e centros de interesse
- jogos (bilhar, gamão, loto, malha)
- biblioteca (livros e jornais)
- ter uma cama individual para cada doente;
- visitas diárias dos Irmãos, do enfermeiro, do boticário e do cirurgião;
- vigilância noturna assegurada.
Isto em contraste com a situação humilhante e embrutecedora que ainda se registrava na maior parte dos hospitais da Europa.
(No Mundo de São João de Deus- p.119)
Com o incêndio havido no Hospital Real, em que lutou bravamente no meio das chamas para salvar os doentes internados, conseguiu, com a ajuda das dádivas da população de Granada construir um novo hospital, agora já com duzentos leitos. Com os irmãos agregados, estava então fundada a Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus. A todos atendia, possuidores de qualquer doença, peregrinos, mendigos, com especial predileção pelas doenças mentais.
Nos seus inícios, os Irmãos Hospitaleiros foram encarregados pelo Rei de Portugal de cuidar dos hospitais que recebiam os feridos nas várias batalhas fronteiriças havidas para a consolidação da Restauração da Independência – sendo assim o germe dos serviços de saúde militar em Portugal.
Os resquícios das ideias da Revolução Francesa foram origem da extinção das Ordens religiosas em Portugal.
Permitida a sua volta, o primeiro hospital da Ordem foi a Casa de Saúde do Telhal, exclusivamente dirigida ao tratamento de doentes mentais. Depois ocuparam-se também de em Novos Hospitais, tratar das crianças, em Pediatria e em Montemor-O-Novo, aonde esteve, fundaram um hospital ortopédico, dirigido principalmente aos pacientes vítimas da paralisia infantil, e a doenças congênitas dos membros.
Assim, a Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus foi a introdutora das novas condutas no tratamento dos doentes psiquiátricos no mundo.
Mas como era de origem portuguesa: “Ninguém fala.”
Termino com as palavras de São João Paulo II aos participantes do Capítulo Geral da Ordem em 1979. Entre outras coisas disse Sua Santidade:
“A uma coisa vos encorajo, porque urgente e atual num tempo em que a vida do homem está afetada por vários fatores de desumanização; sede vós os promotores e a garantia de níveis melhores e mais altos de humanização. Isto vale particularmente no setor característico dos doentes e em geral dos que sofrem, aos quais por consagração e instituição dedicais o melhor de vós mesmos.”
(No Mundo de São João de Deus- p.88)
A Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus faz os três votos: Pobreza, Castidade, Obediência e mais este: Hospitalidade.
Nota: o Acadêmico José Ruivo complementa aqui o
resumo do seu texto que foi apresentado na reunião.
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QUANDO MORREM OS COELHOS
A importância da leitura dos clássicos
Acadêmico Paulo Antônio Briguet
Começo citando um clássico pouco conhecido: o romance “A 25ª Hora”, do autor romeno Virgil Gheorghiu. O livro se passa nos terríveis anos da Segunda Guerra Mundial. A personagem principal é aprisionada em 38 campos de concentração; é difícil conceber uma situação mais extrema. A certa altura, o escritor Traian Koruga, uma fascinante personagem do romance, conta que fizera um cruzeiro de submarino, passando milhares de horas debaixo d’água. Antigamente, os submarinos não tinham um aparelho que determinava a quantidade de oxigênio disponível. Os marinheiros então faziam o seguinte: levavam alguns coelhos a bordo. Quando o ar começava a ficar tóxico, os coelhos morriam. A morte dos bichos era sinal que só havia mais seis horas de vida para os seres humanos. Ou o submarino voltava à superfície e renovava o ar, ou todos os tripulantes morreriam.
Quando uma civilização entre em declínio, os coelhos começam a morrer. Esses morticínios ocorrem por diversas maneiras. No Brasil, de uns anos para cá, nós vivemos algumas situações extremas. Temos um Estado onipresente, que engole metade da renda dos brasileiros para manter viva uma máquina gigantesca, ineficiente e profundamente corrupta. É o genocídio da corrupção. Temos a destruição quase absoluta da alta cultura e da educação clássica, com nossos estudantes ocupando os últimos lugares nas avaliações internacionais. Apesar das valorosas exceções no ambiente acadêmico — e hoje vocês vão ouvir uma delas, a professora Vanderci —, somos os lanterninhas mundiais da educação, temos dado pouca ou nenhuma contribuição à cultura universal e formamos legiões de analfabetos funcionais. É o genocídio da inteligência. E, claro, estamos entre os países mais letais do mundo, com 65 mil homicídios por ano, um a cada nove minutos. Quando eu terminar essa pequena palestra, mais um brasileiro terá sido assassinado. Os bandidos estão armados e a população desarmada: é o genocídio de sangue.
Os coelhos, meus amigos, estão morrendo. Mas não apenas eles.
Alguém poderia perguntar: Briguet, o que é que isso tem a ver com o tema de sua palestra, os clássicos da literatura? A resposta é simples: a alta cultura está para a nossa civilização assim como a carga de oxigênio está para o submarino. O saudoso professor José Monir Nasser, grande divulgador dos clássicos literários, já ensinava que só sairemos da crise civilizacional em que estamos mergulhados se resgatarmos as grandes obras da imaginação. Já dizia escritor austríaco Hugo von Hofmannsthal: “Nada existe na realidade política de um país que não esteja primeiro na sua literatura”. O mesmo vale para toda a civilização e para toda e qualquer realidade, não apenas a política. Sem o retorno aos clássicos, continuaremos patinando entre os nossos três genocídios, continuaremos cegos no tiroteio dos extremismos, dos fanatismos e das ideologias.
E essa luta civilizacional começa a partir de pequenos grupos, de pequenas iniciativas, como esta nobre Academia. E como o nosso modesto Clube do Livro da ACIL, em que este cronista de sete leitores, mais o talentoso sociólogo Silvio Grimaldo, há um ano fazemos a leitura e a discussão de grandes livros que ajudam a explicar o ponto a que chegamos. Porque — como dizia o professor Monir, grande inspirador do nosso trabalho — não somos nós que explicamos os clássicos, eles é que nos explicam.
Eu tenho uma definição particular para o extremismo e o fanatismo que tanto mal fazem à nossa época. Fanático, extremista, revolucionário, radical, ideólogo é o sujeito que acredita conhecer a verdade sem nenhuma consideração pela estrutura da realidade. Porque é evidente que a verdade inteira só é cognoscível por Deus. Lembremos da frase: “EU SOU o caminho, a verdade e a vida”. Mas nós, humanos mortais, temos acesso à verdade pela via da realidade, utilizando os instrumentos da linguagem e do conhecimento que se encontram na cultura clássica e na tradição sagrada. Não há uma terceira via.
A alta cultura é um antídoto para a perda da realidade que vivemos no nosso tempo, tempo em que se tornou proibido dizer que uma mulher é uma mulher, que um homem é um homem, que o céu é azul e que a grama é verde. Tempo em que enxergar a realidade se tornou crime. Tempo em que as grandes forças mundiais — o globalismo, o comunismo e o califado — chamam de fascistas todos aqueles que se opõem a seus planos nefastos. Só os grandes livros nos dão a medida exata do mal que está sendo preparado por esses senhores do mundo.
Em geral, os coelhos morrem silenciosamente. Ainda que muitas vezes possamos viver a maldição da personagem Cassandra — que tinha o dom de enxergar a verdade, mas não o de convencer as pessoas —, nós não ficaremos calados. Buscaremos o ar puro de Sófocles, de Ésquilo, de Platão, de Dante, de Cervantes, de Shakespeare, de Camões, de Goethe, de Machado, de Pessoa. O oxigênio de Ortega y Gasset, de Orwell, de Huxley, de Euclides da Cunha, de Borges, de Kundera. Poderemos até sofrer o mesmo destino do palhaço de Kierkegaard, que correu até a aldeia para avisar que o circo estava em chamas, mas todos deram risada. Poderemos até ser os coelhos de amanhã. Mas não vamos parar nunca. Aprendemos com o herói Odisseu que a maior aventura é voltar para casa.
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O jornalista Edilson Elias, que prestigia todas as reuniões
da nossa Academia, apresentou uma poesia dedicada
ao Dia da Mulher. Ao fundo, nosso Mestre de Cerimônias,
Jonas Rodrigues de Mattos
Jonas Rodrigues de Mattos
Dr. Lauro Beltrão presenteou nossa Academia
com o livro "Atlas do Norte do Paraná"
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PALESTRA
"A caminhada do Atlas Linguístico
no Brasil"
Profa. Dra. Vanderci Andrade Aguilera *
Por razões alheias à vontade da palestrante, esta não nos enviou o texto da sua enriquecedora palestra. Não cabe a nós apresentar um resumo ou uma interpretação da sua apresentação, que poderiam ficar incompletos ou deixar de retratar fielmente sua fala. Assim que a palestrante nos enviar a matéria, esta será aqui incluída.
* Graduada em Letras Franco Portuguesas pela Universidade Estadual de Londrina.
Mestrado em Letras Assis pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Doutorado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Geolinguística.
Pesquisadora do CNPq.
A presidente Pilar Alvares Gonzaga Vieira
entregou um buquê de flores à palestrante
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PALAVRA DA PRESIDENTE
AS CONQUISTAS DAS MULHERES
E A VALORIZAÇÃO DE SUA INDIVIDUALIDADE
Pilar Álvares Gonzaga Vieira
As mulheres buscam cada vez mais os seus direitos.
Não foi da noite para o dia que as mulheres conseguiram agregar ao perfil de donas de casa o de competentes profissionais.
A mulher de hoje goza de realizações profissionais e do direito de escrever a sua própria trajetória de vida, porém tudo isto, conquistado com muitas dores e sofrimentos, ao tempo de uma longa jornada pontilhada de pequenas vitórias até as conquistas dos dias atuais, onde as mulheres atuam em posição de destaque, como governantes de seus países, senadoras, deputadas, cientistas, aviadoras, juízas, procuradoras, desembargadoras, presidentes de tribunais de justiça, entre tantas outras profissões, que eram exercidas exclusivamente pelos homens.
Entre os exemplos mais próximos do nosso dia a dia é possível citar mulheres motoristas de ônibus, de caminhões, funcionárias do Banco do Brasil, Auditoras-Fiscais, etc. Profissões durante muito tempo restritas ao sexo masculino.
Por suas grandes conquistas, e outras necessárias que virão, para colocar as mulheres em condição de igualdade com os homens, é imperioso que haja respeito mútuo, base de todo relacionamento do ser humano. Sejam homens ou mulheres.
Hoje as mulheres precisam conhecer sua individualidade para cuidar de sua própria vida.
O curioso é que, por mais independente que ela seja, a mulher moderna ainda sonha com as coisas simples da vida, gentilezas que eram típicas de suas avós, como ter um homem que lhe abra a porta, traga flores e dê segurança e proteção. Entretanto, não ter mais isso é o preço que ela paga por suas conquistas.
Mulheres: somos todas criadoras.
O mundo será o que desejamos que seja.
Há muito trabalho a ser feito e precisamos manter a união entre homens e mulheres.
Devemos ser como uma luz que brilha iluminando o caminho de todos, como a chama de uma vela, e essa união fará com que cheguemos mais longe no horizonte do desconhecido onde a ignorância viceja porque é lá que devemos semear homens e mulheres unidos, trabalhando juntos para isso, gerando uma grande energia que fará deste mundo um lugar melhor para se viver.
Parabéns a todas as mulheres, que através de suas ações, seus enfrentamentos, sua exposição, contribuíram com grandes transformações para a evolução das sociedades e nelas se ocuparem melhor do bem geral.
(Este texto estava pronto para ser apresentado
na reunião, mas por falta de tempo está apresentado apenas neste site)
na reunião, mas por falta de tempo está apresentado apenas neste site)
Confraternização ao final da reunião
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