Extratos da reunião de 14/06/2015

PALAVRA DO PRESIDENTE

O Amor que permanece para sempre
    

     O Dia dos Namorados, recentemente celebrado, sugere-nos uma reflexão sobre o Amor.
    “Será que o nosso amor permanecerá para sempre?”  Essa é a esperança de todo casal de noivos que, com os olhos brilhantes, ao dar-se as mãos, pronuncia, com entusiasmo e sentimento “Eu prometo”.
    É realmente possível casar e então perceber que aquele sentimento intenso de amor fica cada vez melhor? A resposta é sim!
    O primeiro passo para adquirir essa profunda satisfação de um amor a dois que permaneça para toda a vida é aprender a amar a própria vida, em todos os seus aspectos, bons e maus, ásperos e prazerosos. Apaixonar-se pela vida é o grande segredo da vivência de um amor que não morre. A vida é bela!
    O amor pela vida inclui um projeto de vida: a aspiração à sua  realização pessoal. De fato, não nasce já definido, mas constrói-se ao longo de sua existência; e essa construção é fruto de decisões. O ser humano escolhe livremente o caminho de dar sentido à sua própria existência.
      Por outro lado, na vivência do amor a dois, a pessoa que convive a seu lado é igualmente livre de dar sentido à sua vida. O projeto de vida individual, portanto, deverá levar em conta uma certa convergência de aspirações, respeitando a liberdade de cada um. A plena celebração do amor e da caminhada da vida do casal exige uma contínua vigilância para o conhecimento, sempre mais aprimorado, de si mesmo e do outro.
      Daí a necessidade do diálogo; um diálogo baseado na verdade e na sinceridade; a necessidade de sensibilidade; sensibilidade que é própria de um ser humano sumamente altruísta; a necessidade de manifestar, reciprocamente, pensamentos e sentimentos; a necessidade de reconhecer erros, quando houver, e de exteriorizar afeto, quando precisar. Esses momentos são preciosos para o mutuo conhecimento, visto que, individualmente, cada um tem sua peculiar personalidade.
     Falamos em decisões livres, em liberdade.
     Mas, afinal, em que consiste a liberdade? De acordo com Kant, o ser humano livre é aquele que não cede às suas inclinações e escolhe a lei moral. Ceder às próprias inclinações é escravizar-se. Quanto à lei moral, seu núcleo é constituído pelo ideal de pessoa, que  compreende as ideias de perfeição, responsabilidade, amor do próximo e liberdade.
    Esse ideal de pessoa, ou de pessoa ideal, é inserido, naturalmente, no ser humano, como algo divino, a que nos referimos, em nossas decisões - esclarece Kant - como protótipo que nunca será alcançado, mas sempre permanece como inspirador de realizações, como meta de contínuo aperfeiçoamento humano, quando aceito em decisões livres.
     Em termos de amor pela vida, na vivência de amor a dois, esse ideal está continuamente presente  nas decisões que frequentemente exigem resposta: decisões para o amor resultam em aprimoramento da personalidade; decisões para o egoísmo resultam em perda de oportunidade do aprimoramento desejado.
    O aprimoramento desejado leva o casal a uma etapa inesquecível do amor à vida, quando pode constatar  que o importante é ter vida nos anos de idade e não idade nos anos de vida. É um conforto envelhecer juntos, na plenitude de uma vida de amor.
    Em síntese: é possível para um casal vivenciar um sentimento de amor intenso que dure para sempre, quando hoje as estatísticas apontam, em muitos casos, em curta duração?
      Sim, é possível, desde que: 1 - Cada um aprenda a amar a própria vida em todos os aspectos, bons e maus; 2 - O amor pela vida inclui um projeto de vida: a aspiração à sua realização pessoal; 3 - O projeto de vida leve em conta uma certa convergência de aspirações, respeitando a liberdade de cada um; 4 - Para tanto, a necessidade de diálogo baseado na verdade e na sinceridade; 5 - O mútuo conhecimento leva ao respeito e ao reconhecimento da peculiar personalidade de cada um e, portanto, das decisões tomadas em liberdade.
      Realmente, o amor pode ser eterno; se por acaso acaba, não era amor.
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POESIAS
Nossa consagrada declamadora, Acadêmica e poetisa Leonilda Yvonneti Spina, apresentou três obras de sua autoria: "Que Mistério é Esse?", "Teu Abraço" e "Vem..."




QUE MISTÉRIO É ESSE?

- Que mistério é esse,
que a outro ser nos impele,
nos faz identificar
com seu jeito, o cheiro, a pele?

- Que mistério é esse,
que ao vê-lo, um doce arrepio
nos percorre as entranhas
e um súbito calor nos invade e aquece
com força e emoção tamanhas?

- Que mistério é esse,
que nos faz adivinhar carícias,
um delirar de amor sem fim?

- Que mistério é esse,
que acontece, quando
a um mero olhar, num segundo,
sabemos distinguir nosso par,
entre tantas pessoas do mundo?

- Que mistério é esse, enfim,
que o aproxima de mim?

Você surge em meu áspero caminho...
Transforma em flor afiado espinho.
E, de mansinho, entra em minha vida,
que então se torna alegre e florida!

Breves momentos de ternura...
É melhor tê-los,
que nesta vida breve
nunca vivê-los!

Não importa se ela perpassa
apenas num olhar,
passeia entre as palavras
e o coração vem alegrar...

Esses instantes de ternura,
rarefeitos no tempo e espaço,
tornam-se extremamente belos
ao calor de um abraço!


TEU ABRAÇO

Quando se abre teu largo sorriso
assim de repente, num doce improviso,
ouço trinar de aves, planger de sinos,
sussurrar de brisa, sopros divinos...

Quando se abre teu largo sorriso
e todo teu ser se inunda de luz,
fulguram auroras, murmuram cascatas,
teu rosto cativa, encanta, seduz!

Há uma meiguice estampada no olhar,
um carinho que reconforta e aquece...
- A paz que a alma sedenta vem buscar
nesta vida de anseios e dura messe.

E é na prece que consigo me aquietar,
rogando prudência em tudo o que digo e faço,
pois tenho medo de, sem querer, revelar
que adoro sentir o calor de teu abraço!


VEM...

Vem...
Mas não tragas o pó de outras andanças.
Não me despertes mortas esperanças.
Vem desarmado, solto, livre
como pássaro - romântico trovador.
Vem trazer-me tua voz, teu canto, teu calor.

Vem fatigado, descansar em novos prados.
Vem faminto, desprotegido, em busca de afeto.
Mas traze em tua mochila punhados de sonhos,
nos lábios o mel que me adoçará o riso,
nos braços a quentura de muitos sóis,
nos olhos a chama de mil velas.

Vem...
E me olha, me toca, me abraça.
Ansioso me enlaça, faze-me estremecer!

Vem...
E te entrega por inteiro, no fluir das horas.
Não te inquietes, não te preocupes em ir embora.
Vive o agora, o momento que breve passa!...

Ou então... Não venhas!
Que não te quero parte, metade.
Não te quero migalha... 

Quero um amor - de verdade!
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Informática, tecnologia e conhecimentos: 
o mundo passando a jato via internet. 


O Acadêmico, publicitário e blogueiro Julio Ernesto Bahr fez uma breve análise do caminho trilhado pela informática, desde a criação, em 1946, do ENIAC, o primeiro grande computador pesando 30 toneladas e consumindo 200.000 watts de energia e do Altair 8800 criado em 1975, considerado por muitos o pioneiro na era dos computadores pessoais, passando pela sequência das descobertas ocorridas no curso dos anos e que estão ligadas à informática.
Citou a necessidade do armazenamento de dados, desde os extintos disquetes criados nos anos 70, até os últimos Zip Disk, e na sequência os CDs e DVDs que passaram a integrar os computadores; do armazenamento de dados e da eterna busca da miniaturização, como os cartões de memória, o pen-drive, o HD externo e a disponibilização das chamadas “nuvens”, ou provedores com enorme capacidade de armazenamento.
Lembrou que a internet ou World Wide Web, que pode ser
ENIAC, o primeiro computador: 30 toneladas
de peso e consumo de 200.000 W
traduzida por ‘Rede Mundial’ e nos proporciona um sistema de documentos em hipermídia interligados, está completando 20 anos, abrindo espaços para a maior diversificação de produção intelectual, gráfica e artística em todos os quadrantes da Terra de que se tem notícia na História. 

O palestrante citou a grande dúvida, que tem muito a ver com a nossa Academia: para onde caminham as informações? Um mundo que nos desafia a uma breve análise da comunicação – que nada mais é do que a informação sob várias formas de expressão. Os jornais e revistas impressos em papel viram seus índices de leitura despencar. Citou o editor do jornal norte-americano The New York Times, Arthur Sulzberger, Jr., que admitiu durante palestra em um congresso de mídia em Londres que seu jornal deixaria de ser impresso em papel "em algum momento". 
Mencionou os canais de discussão abertos pelos portais, com espaços cada vez maiores para comentários sobre as matérias, inclusive com a participação de semianalfabetos.
Lembrou que com o advento da internet, em meados da década de 1990 surgiram os sites empresariais e blogs individuais, que foram se diversificando e multiplicando por milhares e depois milhões e a contratação pelos  jornais, revistas e outras mídias que mantém sites na rede mundial de profissionais conhecidos pelo público para colaborar com conteúdo.
Mencionou Gordon Smith, presidente da National Association of Broadcasters, que em recente congresso falou do enorme crescimento de websites no mundo: hoje já são mais de 1 bilhão em contrapartida a cinco anos atrás, quando havia em torno de 200 milhões. As pessoas assistem a centenas de milhares de horas de vídeo no Youtube e publicam mais de meio bilhão de Tweets (mensagens) diariamente.  
Citou ainda os seguidores tão aficionados às redes sociais que deixam de ler e acessar qualquer outro canal de informação, atendo-se apenas ao que leem e aos vídeos que assistem nas postagens dos chamados “amigos de Face”. Essa multiplicidade de informações nem sempre verídicas acaba por causar uma distorção no entendimento, na compreensão, na educação e até na linguagem deste tipo de internauta. 
Lembrou a figura do viciado em celular, com o qual esbarramos a cada momento – é fácil de identificá-lo, sentado em bares, restaurantes, bancos de praça, ônibus e até caminhando na rua, sempre teclando no seu celular. Deste vício surgiu a expressão Nomofobia, termo muito recente e que significa uma fobia ou sensação de angústia que aparece quando alguém se sente impossibilitado de se comunicar ou se vê incontatável sem seu aparelho de celular. Hoje existem no Brasil cerca de 30% mais celulares do que o número de habitantes. Finalizou afirmando que não existem gurus nem profetas que possam imaginar como será o mundo da informática dentro de cinco anos. 
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Momento de Arte
Narciso Coppo Filho



O artista e professor Narciso Coppo Filho, convidado para a apresentação no Momento de Arte da Academia, trouxe várias das suas obras e relatou sobre suas experiências com a pintura, desde os estudos das obras de Van Gogh e outros impressionistas, seus trabalhos com esculturas, até as telas que pinta atualmente abordando o tema mar – praias, navios, água. Uma das telas foi preparada com materiais agregados às tintas a óleo, como cascas de árvores, areia e outros elementos. O artista também produz estamparias a serem utilizadas em fashion
design. 
Adota óleo sobre tela e, em suas esculturas, trabalha com sucata. Algumas das telas apresentadas são uma releitura de obras impressionistas. O resultado das suas obras foi bastante elogiado pelos presentes.
    
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Palestra
“Signos, símbolos e representações na literatura de cordel”

Alcides Victor de Carvalho *

O Acadêmico e Professor Alcides Victor de Carvalho nos brindou com a apresentação de palestra focando a literatura de cordel: com projeção de várias imagens, explicou o significado de signos, símbolos e representações na literatura de cordel, criada por pessoas pouco alfabetizadas, mas que obedecem rigidamente à metrificação poética, contando histórias, lendas e mitos.
Explicou aos presentes o porquê do formato praticamente padronizado – os poetas aproveitavam papel de embrulho de pães para executar suas rústicas impressões.
Mostrou-nos vários exemplos de capas dos livretes, criados em xilogravura – os autores se utilizam de instrumentos rústicos para esculpir a madeira – e as irregularidades da tipologia na impressão dos versos, pois são aproveitados tipos de fontes diferentes, obtidos de sobras de velhas tipografias. Falou-nos sobre a origem do nome cordel, quando os livretes eram vendidos em cordas de varais, presos com pregadores de roupa. 
Segundo o professor, a literatura de cordel é provavelmente mais numerosa e mais vendida do que os livros das editoras, pois são tiragens de milhares de exemplares, frutos de uma produção intensa por vários e vários cordelistas.
O palestrante mostrou a imagem de um texto original escrito por Patativa do Assaré no hospital, dias antes de frustrada viagem para a França, a convite, para falar da sua obra. Patativa do Assaré era o nome artístico de Antônio Gonçalves da Silva e nasceu na cidade de Assaré (Ceará), um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina. Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta, além de produzir literatura de cordel.
Para surpresa dos presentes, o Prof. Alcides relatou que o segundo maior acervo de literatura de cordel no mundo está aqui na cidade de Londrina, na Biblioteca da UEL – Universidade Estadual de Londrina, acervo para o qual colaborou com milhares de obras recolhidas em suas viagens pelo Nordeste, para o trabalho de sua tese de doutorado na França. Pouco conhecidos, o Paraná conta também com autores de literatura de cordel. E mais surpreendente ainda foi a revelação de que o maior acervo de literatura de cordel no mundo se encontra no Japão e o terceiro na Universidade de Poitiers, França.

*Atua no Magistério, é Mestre em Literatura Popular, pela Sorbonne, foi Secretário Municipal da Cultura de Londrina, Diretor da Casa da Cultura da UEL e Assessor Cultural da Unesco, entre outros cargos.

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Nosso Acadêmico Trovador premiado!

O Acadêmico e Trovador, Maurício Fernandes Leonardo, declamou Trovas de sua autoria, classificadas em recentes concursos nacionais de Trovas, promovidos pela UBT - União Brasileira de Trovadores, apresentando o troféu e certificados que lhe foram concedidos.


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