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Da esquerda para a direita os Acadêmicos Sergio Alves Gomes e Leonilda Yvonneti Spina,
respectivamente Orador e Vice-Presidente da Academia e a palestrante
Profa. Lucinea Aparecida de Rezende (Foto Gica Araújo)
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A primeira reunião de 2016 foi conduzida pela nossa Vice - Presidente, Acadêmica Leonilda Yvonneti Spina, visto que o Presidente, Prof. Leonardo Prota, encontra-se hospitalizado, em delicado estado de saúde. A mesa diretiva contou com a presença do nosso Orador, o Acadêmico Prof. Sergio Alves Gomes, que procedeu à abertura da reunião e à leitura
do Credo Acadêmico, de autoria da Acadêmica Maria Aparecida Frigeri e fez as vezes de Mestre de Cerimônias.
Foi ressaltado que neste mês de março celebra-se a data máxima da Cristandade e entre outras comemorações, destacam-se o Dia Internacional da Poesia, no dia 21 (estabelecido na XXX Convenção Geral da UNESCO, em Genebra, em 16/11/1999), o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 e o aniversário da nossa Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina, no dia 14, cuja comemoração será programada oportunamente.
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DESTAQUES ACADÊMICOS
Declamação: "Estrela-guia"
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e parabenizando todas as mulheres presentes, a Acadêmica e poetisa Leonilda Yvonneti Spina declamou o poema "Estrela-guia", de sua autoria, acompanhada ao violão pelo maestro Fernando Martins Mourão:
No laço de fita, a graça da vida
que palpita na alma em flor.
Nas brincadeiras de roda, amarelinha,
a ânsia de abraçar o mundo sozinha.
Vencer os tabus, o pavor do pecado,
- velhos preconceitos de tempos passados.
Brincar, sorrir, sonhar...
Antever o amanhã colorindo o horizonte:
- Arco-íris embelezando a vida!
Mais tarde... Jovem em busca do amor.
Sufocados suspiros, segredos, paixão...
(E a árdua conquista da profissão!)
Depois... Mulher e mãe a empreender
dupla jornada! No trabalho, nas lides do lar:
- Regando flores, aquecendo o leite,
aprontando a merenda,
ajeitando a gravata do bem-amado.
Mulher forte, enfrentando vendavais,
oferecendo o ombro amigo, uma palavra
de entusiasmo, compreensão, incentivo.
Espiando a vida passar pela vidraça,
vê os filhos crescerem e a indesejável
chegada de inevitáveis cabelos brancos.
O batom, o perfume, a vaidade sempre presente.
O presente de cada dia: a família reunida.
Aos poucos, os filhos alçam voo,
deixando o calor do ninho.
- A tristeza da ausência, a confiança no futuro!
Agora... Feliz, a acariciar os filhos
dos filhos seus, na sublime missão
de todas as mulheres, abençoadas por Deus!
- Angústia ou medo de envelhecer?
Não! Perceber na presença de cada ruga
(disfarçada é claro, que vaidade é preciso),
um tributo aos bons anos vividos.
Enriquecer-se a cada dia,
acumulando sabedoria.
Desfrutar com prazer a maturidade
e orgulhosamente exclamar:
- Vivi de verdade! Não passei
pela vida, simplesmente...
Deixarei esta marca,
o toque de minha passagem:
- A coragem de enfrentar o mundo
com fé, otimismo e alegria.
Como mulher, mãe, companheira.
- Farol, leme... Estrela-guia!
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Apresentação:
“O talento e a rebeldia de
Mario Romagnolli”
José Pedriali*
Contamos com a presença do jornalista e escritor José Pedriali, que nos relatou algumas histórias sobre seu avô, escultor, marmorista, político (foi vereador de 1947 a 1955) e, principalmente, poeta. Poeta dos bons, como frisou o apresentador. Nascido em Boa Esperança, MG, estabeleceu-se em Londrina em 1936, vindo a falecer em 1991.
Das suas esculturas, restou apenas um Cristo de braços abertos, que originalmente recebia os fiéis na porta principal da Catedral de Londrina e hoje está relegada à parte externa, nos fundos da igreja.
Das suas construções, resta a mais imponente - a igreja matriz de Arapongas, em estilo barroco. Foi também Mario Romagnolli que criou a estátua em bronze de Mercúrio, deus do comércio; a estátua ficava originalmente no topo do edifício da Associação Comercial de Londrina, pairando sobre a cidade. Agora está exposta na entrada do prédio e, para não ofender a "moral e os bons costumes", foi castrada...
Mario Romagnolli deixou extensa obra poética, retratada no livro "A Doce Vingança do Poeta" e cuja história está registrada no livro "O Poeta da Rebeldia", ambos produzidos por José Pedriali. Destaque-se que Mario Romagnolli fez parte do Colegiado que, em 18 de abril de 1978, fundou a Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina.
Londrinense, jornalista desde 1978, apesar de formado em 1981, tendo trabalhado, entre outros, para Folha de Londrina, Jornal da Tarde e Estadão, do qual foi redator, subeditor, repórter especial e correspondente no exterior.
Atualmente presta assessoria de imprensa e consultoria.
Tem sete livros publicados, três à espera de editora e trabalha na biografia do ex-governador e ex-prefeito de Londrina, Hosken de Novaes.
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MOMENTO DE ARTE
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Maestro Fernando Martins Mourão, soprano Ávila Porto
e pianistas Valéria Brum e Rafael Matter |
No "Momento de Arte" o Instituto Cultural José Gonzaga Vieira nos brindou com a apresentação de música erudita, dentro do Projeto “Cantar IV”, sob a direção do Maestro Fernando Martins Mourão, coordenador musical dessa entidade.
Foram apresentadas as músicas "Melodia Sentimental", de Heitor Villa Lobos, interpretada pela soprano Ávila Porto, com Rafael Matter ao piano.
Em seguida, uma ária da ópera "Le Nozze di Figaro", de Mozart, com a soprano e acompanhamento de Valéria Brum ao piano. A apresentação encerrou-se com “Sonata em ré maior”, de Mozart, em três movimentos, executada a quatro mãos, com Valéria Brum e Rafael Matter ao piano.
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PALESTRA
"Fotografia: cores, formas, linhas, pontos e emoções"
Lucinea Aparecida de Rezende*
Linhas, contornos, formas, texturas, padrões e cores são elementos que definem a composição fotográfica. Toda fotografia, intencionalmente ou não, contém um ou mais desses elementos. As linhas são importantes tendo em vista a influência que exercem. Elas definem os contornos, que delineiam as formas. Podem ser usadas para conduzir os olhos do observador ao ponto de interesse em uma fotografia.
As linhas horizontais tendem a passar uma impressão de estabilidade e calma. Elas provocam sentimentos de descanso, ideias de permanência, estabilidade, como na foto abaixo:
As linhas verticais, por sua vez, ressaltam a altura e dão sensação de grandiosidade. São utilizadas para dar destaque à altura de determinados elementos e por essa razão tornam as imagens mais dinâmicas e levam a sensações de poder e força:
A partir de linhas e da maneira que utilizamos as luzes são definidos os contornos, fundamentais na identificação dos elementos fotográficos. Eles são melhor definidos quando o assunto fotografado está iluminado pela frente ou por trás. Quanto mais contrastante for o contorno, mais irá chamar a atenção para o assunto fotografado. Eles podem ajudar a construir silhuetas, que são melhor fotografadas minutos antes ou depois do nascer ou do pôr do sol:
Outro elemento a ser considerado na composição fotográfica é a textura do assunto em foco. Além do próprio objeto fotografado, que pode apresentar textura forte, ela também pode ser evidenciada quando se fotografa de manhãzinha e ao fim de tarde, ou sob a luz do meio dia, que incide verticalmente sobre o objeto fotografado:
Mais um elemento da composição fotográfica aparece: o padrão e a quebra dele, que ocorre quando há um elemento diferenciado dentre outros, iguais. Por exemplo, vários troncos de árvores e, paralelamente, uma corujinha, em pé, compondo o cenário. Ou, ainda, quando temos uma série de linhas da mesma natureza/direção e aparece um objeto desconstruindo essa organização:
Por fim chegamos às cores e como elas influem na cena fotográfica. Faz-se necessário lembrar que as cores são elementos vistos conforme cada cultura em que se insere o fotógrafo ou o apreciador de fotografia.
FOTOGRAFIA E EMOÇÕES
É a lida do fotógrafo com o conjunto de linhas, contornos, formas, texturas, pontos, padrões, cores, luzes e sombras, além da habilidade com a técnica fotográfica no que se refere ao uso da câmera, que dará à fotografia − resultado do processo de captura da imagem, incluindo pós-tratamento, quando for o caso −, a possibilidade de provocar emoção.
Aquele que vê a fotografia poderá ficar sensibilizado frente a uma fotografia quando os elementos mencionados neste texto forem utilizados com segurança, de maneira que o fotógrafo utilize a regra de terços ou a quebra dela. Por outro lado, a desconstrução de modelos tradicionais pode dar um toque particular ao trabalho e despertar apreciadores da arte fotográfica.
Resta dizer que estamos em tempos de mudança de paradigmas nas artes, o que inclui o fazer fotográfico. Coexistem os trabalhos clássicos, bem como aqueles que são feitos com intuito provocador por excelência e também as fotografias dos fotógrafos cotidianos mais diversos, que estão em todos os lugares, com diferentes câmeras, em especial as dos celulares. Esses trabalhos, no seu conjunto, devem ser vistos como diferentes manifestações, próprias do nosso século. Eles acabam por criar interrelações que dão à fotografia um novo tom.
A palestrante associou esta imagem ao relato da experiência de descrição do nascer do sol, pelo seu filho mais velho, feita por telefone, pela manhã bem cedo, quando ele visitou Salvador, há muitos anos. Muito tempo depois, ela fotografou o Lago Igapó, em Londrina, e descreveu para ele a imagem de um pôr do sol, visto que ele perdeu a visão:
"Querido André
Lembro-me sempre de uma vez que você, jovenzinho, chamou-me ao telefone, penso que por volta das 5h da manhã, para falar, entusiasmado, do nascer do sol em Salvador. Agora, quero compartilhar com você um pôr de sol, às margens do Lago Igapó, em Londrina. Vou descrever para você, que já está na casa dos quarenta e não mais pode ver, a foto de número 4031, que cliquei hoje.
Algumas coisas falharam, hoje. Por exemplo: fui ao cinema à tarde, mas não levei dinheiro na bolsa... Ninguém conhecido para um empréstimo, tive de voltar para casa. A chateação impediu-me de estar concentrada para qualquer outra coisa. Então, pensei: o dia está com um pouco de sol, após bastante chuva. Isso significa que o ar está limpo, o que permite capturar boas imagens fotográficas. Portanto, o melhor lugar para ir é ao Lago Igapó... Que boa ideia! Realmente, o fim do dia foi espetacular!
Na foto 4031, as cores vão do laranja ao preto. No centro, no sentido horizontal, está a margem do lago, ladeada por árvores. Esse centro é multiplicado por dois, em razão do reflexo nas águas. É como se fosse um bicho qualquer, que tem a calda arredondada, maior que o corpo. Essa calda parece uma roda gigante... Imagem e reflexo se juntam e entre as folhas das árvores, que constituem a imagem refletida nas águas, de cor escura, está a cor laranja, compondo filigranas, como uma renda escura, permeada pela intensa luz solar.
Sobre as árvores, a imagem dos prédios. Em tons bege com pontos escuros, eles se mostram em sua imponência, ladeados pela cor laranja, como se fosse fogo a envolvê-los. Como perfeitas labaredas, o branco, cinza e laranja compõem muitas cores, a emoldurar as construções. Tudo refletido, igualmente, nas águas do Lago.
No início da imagem, à esquerda, a imagem de um prédio mais alto ocupa todo o espaço. Ao longo do espaço, no centro, visto conforme a linha do horizonte, prédios mais baixos se alternam, lado a lado. Ao final, do lado direito, o que já mencionei, está presente como que uma roda gigante, permeada de luz alaranjada forte. No céu e nos reflexos dele, as nuvens alaranjadas, com tons de cinza.
Essa imagem é uma obra artística! As formas, as cores, intensas e elegantes, estão dispostas de maneira harmoniosa. A natureza nos brindou com um momento especial e nos conclamou para visualizarmos o belo! A mim, restou a admiração e o registro. Que outros possam completar o descrito e o ajudem a ver esse espetáculo ímpar!
Beijos,
Mãe"
* Professora na Universidade Estadual de Londrina, atuando na área de múltiplas linguagens. Passou, há 9 anos, a frequentar o Foto Clube de Londrina – FCL – interessada no universo fotográfico e nas leituras possíveis nessa área.
A partir daí, começou a fotografar e, atualmente, é Presidente do FCL. Participou de inúmeras exposições fotográficas em conjunto com os associados, bem como do livro "Cliques e Escritos", publicado por essa entidade. Realizou exposições individuais em Ibiporã, Bela Vista do Paraíso e, por várias vezes, em Londrina. Teve fotografia selecionada em concurso da New Holland, em 2015, o que resultou em exposição fotográfica conjunta com outros 35 fotógrafos da América do Sul, que percorre essa região.
Participou de Salões Nacionais e Internacionais de arte fotográfica e teve fotografia selecionada para uso em livro didático. Mantém um blog de fotografia, que registra um número próximo de 100.000 visualizações. Escreveu, juntamente com colegas, artigo na área de fotografia, publicado em livro.
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Ao finalizar a reunião, a mesa diretiva agradeceu à Acadêmica Pilar Álvares Gonzaga Vieira por ceder-nos o belíssimo espaço do Instituto Cultural José Gonzaga Vieira para que a Academia possa promover as reuniões mensais, além de um espaço privativo da Academia onde se encontra o nosso acervo; agradeceu também ao Colaborador Cultural da Academia, Dr. Luiz Parellada Ruiz, por nos ter acolhido durante meses em espaço da Lab Imagem, para que nossos trabalhos não fossem interrompidos após o falecimento do presidente Dr. João Soares Caldas. Ao mesmo tempo, o Dr. Parellada foi parabenizado por ter recebido homenagem do Conselho Regional de Medicina do Paraná, pela sua conduta ética, durante 50 anos no exercício de dua atividade.
A mesa diretiva registrou também o convite recebido da ALAP - Academia de Letras e Artes de Paranavaí, para a posse da nova diretoria e posse de acadêmico, realizada no dia 5 de março último, externando os cumprimentos à nova Diretoria e ao novo Acadêmico empossado.
Finalizando a reunião, a Vice-Presidente Leonilda Yvonneti Spina externou a solidariedade da Academia à Profa. Lesi, esposa do Prof. Leonardo Prota, solicitando a todos que orem pelo restabelecimento da saúde do nosso presidente e agradeceu a presença de todos, com uma salva de palmas especial dirigida às mulheres presentes à reunião.